Centro-Oeste
Jovem indígena aguarda cirurgia urgente no DF e estado piora
O jovem indígena Kauê Kapulupi Kalapalo, de 22 anos, está esperando uma cirurgia de apendicite desde as primeiras horas da quarta-feira (3/12). Ele chegou ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) por volta das 4h sentindo dores intensas no abdômen e recebeu indicação para realizar o procedimento com urgência.
A mãe do jovem, Patrícia Kamayurá, está preocupada porque não tem informações claras sobre quando a cirurgia vai acontecer. “Disseram que ele seria o próximo a ser operado, mas a cirurgia não aconteceu. Ele só conseguiu um quarto por volta da 1h da madrugada. Os médicos se negaram a assinar a transferência para o Hospital Universitário de Brasília (HUB). Informaram que a cirurgia seria feita hoje às 7h, mas não foi realizada. É uma cirurgia urgente!”, explicou Patrícia.
Segundo a mãe, a condição de Kauê piora a cada momento. “Meu filho chegou andando e agora não consegue se levantar.” A preocupação aumenta porque recentemente um parente deles faleceu por causa de diagnóstico tardio de apendicite.
Antes de ir ao HRAN, Patrícia tentou atendimento no Hospital Universitário de Brasília (HUB), acreditando que a unidade estivesse disponível para indígenas, mas foi orientada a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Patrícia, que é liderança indígena do povo Kamayurá e ativista em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), critica a demora no atendimento e o fluxo hospitalar, temendo pela saúde e vida do filho.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal foi consultada, mas disse que não pode fornecer detalhes para preservar a privacidade e a segurança dos pacientes e profissionais, conforme o Código de Ética Médica.
O HUB explicou que atende indígenas nas consultas ambulatoriais em horários específicos e que, em emergências, os pacientes precisam ser referenciados por outras unidades. A nota informa que tomou conhecimento do caso às 23h de 3 de dezembro e imediatamente comunicou o HRAN para acelerar a cirurgia. No entanto, não foi possível realizá-la no momento devido a casos mais urgentes. O paciente estava estável e medicado, apto a aguardar.
O HUB se colocou à disposição para ajudar o HRAN a realizar a cirurgia, e quando acionaram o transporte para transferência, o paciente foi chamado para o procedimento. O hospital reforça que não é porta aberta para urgências, pois todos os pacientes são encaminhados após avaliação médica. O ambulatório indígena funciona com atendimento de segunda a sexta-feira pela manhã e quarta-feira durante o dia.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login