Centro-Oeste
Jovens que feriram gravemente rapaz autista terão julgamento nesta quinta

Os quatro jovens envolvidos na tentativa de homicídio de Wtsherdhay Gonçalves dos Santos, 24 anos, que ocorreu no Parque Ecológico de Águas Claras, serão julgados na tarde desta quinta-feira (17/7). O ato de violência ocorreu em 2 de janeiro de 2023, quando um dos acusados retirou um dos olhos da vítima com um canivete.
O julgamento ocorrerá às 14h30 no Fórum Desembargador Jorge Duarte de Azevedo, localizado na Asa Norte.
Na época do crime, os agressores tinham entre 13 e 17 anos e estão sendo acusados de ato infracional semelhante à tentativa de homicídio.
A mãe e os três irmãos de Wtsherdhay acompanham o caso com grande expectativa, buscando justiça. O crime deixou sequelas permanentes no jovem, que perdeu um olho devido ao ataque.
Wtsherdhay, autista e negro, tem buscado forças para reconstruir sua vida com apoio da família e amigos após o grave episódio.
A mãe, Wheda Gonçalves dos Santos, responsável por criar quatro filhos, enfatiza que o jovem possui deficiência intelectual e ainda convive com as consequências físicas e emocionais da agressão. Ela relata que ele tem dificuldades para dormir e que até o momento não foi possível obter uma prótese ocular, pois não recebeu respostas do governo.
O agressor que causou o ferimento grave no olho de Wtsherdhay tinha 17 anos na época do crime. Apesar da gravidade da situação, a mãe afirma que os envolvidos permanecem em liberdade e nunca foram presos.
“A Justiça nada fez até agora. Todos continuam soltos e já chegaram a ameaçar minha filha. Eu só desejo que cumpram a pena, pois destruíram a vida do meu filho e estão livres”, lamenta Wheda.
A família também expressa profunda tristeza com o tratamento recebido pelos órgãos de segurança. Wheda relata a dor imensa e o sentimento de injustiça diante da ação policial, reforçando que o trauma deixou seu filho com comportamento agressivo.
Eles continuam buscando reparação e esperam uma decisão justa por parte do sistema judicial e das autoridades públicas. “Nada poderá trazer de volta o olho dele, mas é fundamental que a justiça seja feita”, finaliza a mãe.
Relembre o caso
Wtsherdhay foi agredido violentamente após defender seu irmão mais novo, Solomon Gonçalves Chwukuemeka Maha, sofrendo ferimentos variados pelo corpo, incluindo a perda da cartilagem do nariz.
O incidente ocorreu quando um grupo de jovens começava a provocar Solomon, soprando fumaça em seu rosto. Sem hesitar, Wtsherdhay interveio em defesa do irmão. Além da cirurgia reparadora no nariz, ele chegou a usar uma prótese ocular que foi rejeitada pelo organismo.
Um vigilante presente no parque relatou que a briga começou após os meninos na quadra provocarem os irmãos com insultos raciais e homofóbicos, além de fumar e assoprar fumaça na face do jovem autista. A situação evoluiu para violência extrema, incluindo ameaças com um pedaço de pau.

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