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Juiz condena advogado de Bolsonaro: humilhou jovem negra

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O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Frederick Wassef, foi condenado nesta quarta-feira (17/12) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a 1 ano e 9 meses de prisão em regime aberto por injúria racial. A condenação está relacionada a um episódio ocorrido em novembro de 2020, quando Wassef chamou uma atendente da Pizza Hut do Píer 21, no Lago Sul, de “macaca”.

Segundo os autos, o incidente aconteceu após Wassef reclamar do atendimento e da qualidade da pizza. Quando a atendente respondeu, o advogado usou termos racistas, chamando-a de “macaca” e dizendo: “Você come o que te derem”.

O juiz Omar Dantas Lima avaliou que as provas confirmam que o réu insultou a vítima por causa da cor de sua pele. ”O insulto de ‘macaca’, dirigido à vítima, feriu sua dignidade, pois transmitiu aviltamento e sentimento negativo”, destacou.

Um ponto importante da sentença foi o agravante pelo fato de Wassef ser advogado. O juiz ressaltou que, por sua profissão, ele tinha maior consciência da gravidade de sua conduta. “As circunstâncias ultrapassam o normal, pois a vítima, uma jovem negra, foi humilhada num ambiente público durante seu trabalho. As marcas emocionais são claras, causando medo e mudança de comportamento”, afirmou.

Omar Dantas Lima afirmou ainda que o crime de injúria racial não depende da produção de um resultado, sendo doloso e com intenção de atingir a honra da vítima.

Frederick Wassef negou as acusações, dizendo ser vítima de uma “manobra criminosa” feita por adversários políticos para prejudicá-lo. Alegou que a vítima foi manipulada, mas não apresentou provas para confirmar essa versão. O juiz destacou que as testemunhas da acusação foram consistentes, enquanto as da defesa mostraram contradições.

A decisão reforça a importância do depoimento da vítima, especialmente quando confirmado por testemunhas, como o gerente da unidade e outros funcionários que relataram o abalo emocional da jovem após o ocorrido.

Por ser réu primário, a pena de Wassef foi substituída por medidas restritivas de direitos, podendo recorrer em liberdade. Ele também foi condenado a pagar R$ 6 mil por danos morais à vítima.

Apesar da condenação por injúria racial, Wassef foi absolvido das acusações de racismo e agressão física relacionadas a fatos ocorridos no mês anterior contra a mesma vítima, por insuficiência de provas.

Omar Dantas Lima declarou que o Ministério Público pediu a absolvição por falta de provas, decisão que a Justiça acatou.

Posição dos advogados

Em nota, os advogados Cleber Lopes e Murilo de Oliveira, que representam Frederick Wassef, afirmaram que receberam a sentença com tranquilidade. Eles destacaram que a decisão reconheceu a inocência do cliente na maioria dos fatos e que buscarão a absolvição total no Tribunal de Justiça, confiantes de que as provas mostram claramente que as acusações não se sustentam.

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