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Juro do cheque especial atinge recorde de 308% em abril, diz BC

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Trata-se do maior patamar desde o início da série histórica, em julho de 1994. Já o juro do cartão de crédito rotativo ficou em 448% no mês passado

Nos últimos 12 meses até abril, juro do cheque especial teve alta de 82,8 pontos percentuais (Marcelo Sayão/EFE/)

Nos últimos 12 meses até abril, juro do cheque especial teve alta de 82,8 pontos percentuais (Marcelo Sayão/EFE/)

Os juros médios cobrados nas operações com cheque especial atingiram em abril 308,7% ao ano, o maior patamar desde o início da série histórica, em julho de 1994, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, pelo Banco Central (BC). Em relação a março, os juros cobrados do cheque especial tiveram aumento de 7,9 pontos percentuais. Nos últimos 12 meses até abril, a alta foi de 82,8 pontos percentuais – estavam em 225,9% ao ano em abril de 2015.

Já o juro do rotativo atingiu a marca de 448,6% ao ano em abril ante 449,4% de março, uma ligeira redução de 0,8 pontos porcentuais na margem. Esta modalidade é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. Especialistas alertam que estes empréstimos só devem ser utilizados em momentos de emergência e por um prazo curto.

Na nota de crédito, o BC ainda informou que a inadimplência no Brasil seguiu trajetória de alta e alcançou 5,7% em abril, contra 5,6% em março, novo patamar mais alto da série histórica, iniciada em março de 2011. O resultado ocorre meio à profunda retração da economia, que tem afetado a renda e emprego. O dado refere-se ao segmento de recursos livres, em que as taxas de juros são livremente definidas pelas instituições financeiras.

Enquanto isso, o spread bancário — diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final — alcançou 38,8 pontos percentuais em abril, ante 37,4 pontos. A Selic, taxa básica de juros do país, está em 14,25% ao ano desde julho passado.

 

Estoque – Com bancos mais cautelosos para conceder empréstimos e consumidores mais apertados para tomá-los, o estoque total de crédito no país recuou 0,6% em abril sobre o mês anterior, a 3,14 trilhões de reais, passando a responder por 52,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nos quatro primeiros meses do ano, o estoque total de crédito brasileiro sofreu declínio de 2,4%, acumulando em 12 meses expansão de 2,7%. O BC projeta crescimento de 5% para o estoque de crédito em 2016 que, se confirmada, será a pior para série histórica iniciada em março de 2007.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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