Conecte Conosco

Economia

Juros futuros caem após fala firme de Galípolo

Publicado

em

Após uma forte queda na curva de juros na terça-feira, motivada por indicadores que sugerem cortes por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) e uma inflação de outubro melhor do que o esperado, os juros futuros apresentaram pouca variação nesta quarta-feira, 12, alternando entre leves altas e quedas, com leve predominância de baixa.

O mercado americano de títulos, fechado na véspera por feriado, reabriu com recuos nos rendimentos, o que ajudou a aliviar as taxas locais. Contudo, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) enfrentaram resistência para cair diante da valorização do dólar e declarações conservadoras de membros do Banco Central.

Ao final do dia, a taxa do DI para janeiro de 2027 oscilou de 13,666% para 13,640%. O DI com vencimento em janeiro de 2029 variou de 12,846% para 12,810%, enquanto o de janeiro de 2031 marcou 13,150%, em relação a 13,175% anteriormente.

Em duas aparições públicas nesta quarta, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, diminuiu as expectativas otimistas do mercado. Durante uma coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira, ele reafirmou que o foco principal do Banco Central é cumprir a meta de inflação e que a instituição continuará adotando as medidas necessárias para isso.

Galípolo destacou que, devido à persistente falta de ancoragem das expectativas inflacionárias, a política monetária deve permanecer rigorosa e afirmou que qualquer interpretação em sentido contrário à comunicação do Banco Central está equivocada. Nas mesmas ocasiões, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, comentou que as estimativas sobre o impacto da isenção do imposto de renda ainda são preliminares. No período da tarde, em evento da Bradesco Asset, Galípolo reiterou seu posicionamento.

O estrategista Pedro Cutolo, da One Wealth Management, explicou que o mercado está em espera após o discurso mais firme do Banco Central, que moderou o entusiasmo dos investidores. Segundo ele, embora a ata do Copom indicava um tom mais flexível, Galípolo retornou a uma postura mais rígida.

Cutolo acredita que, considerando o desaquecimento da atividade econômica e a expectativa de inflação controlada em poucos meses, o Copom já poderia começar a reduzir a taxa Selic em dezembro. Porém, ele vê dificuldade em conciliar essa possibilidade com o discurso rígido do Banco Central, que parece não estar preparado para flexibilizar sua comunicação.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, ressaltou que o dia foi de acomodação para a curva de juros após uma forte baixa recente, destacando que a alta do dólar limitou a redução das taxas, enquanto a queda dos rendimentos dos títulos americanos ajudou a conter movimentos mais bruscos.

Quanto aos indicadores econômicos, o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que apontou avanço de 0,6% no volume de serviços prestados entre agosto e setembro, após ajustes sazonais. Esse resultado superou ligeiramente a mediana das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que apontava crescimento de 0,4%. Para os economistas, o dado demonstra resiliência do setor de serviços, embora não altere a percepção de que a atividade econômica deverá perder ritmo no terceiro trimestre, período para o qual muitos analistas preveem praticamente estagnação do PIB em relação ao trimestre anterior.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados