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Economia

Juros futuros caem em todos os prazos acompanhando o exterior

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Em um dia sem divulgações importantes na agenda econômica nacional, exceto pelo Relatório Trimestral de Receitas e Despesas, que apresentou uma postura menos conservadora sem aumentar a percepção de risco fiscal, os investidores mantiveram uma postura cautelosa diante dos desdobramentos da disputa comercial com os Estados Unidos. Suportada pela redução nos rendimentos dos títulos americanos, a curva de juros brasileira caiu em todos os prazos durante a segunda parte do pregão desta terça-feira (22), superando o desempenho do dólar e da Bolsa.

Ao final dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 passou de 14,954% para uma mínima intradiária de 14,945%. O DI de janeiro de 2027 recuou de 14,31% para 14,250%. O DI de janeiro de 2028 marcou 13,555%, abaixo dos 13,645% anteriores, e o DI de janeiro de 2029 caiu de 13,573% para 13,470%, também atingindo o mínimo intradiário.

Na ponta mais longa da curva, a taxa do contrato de janeiro de 2031 reduziu-se de 13,79% para 13,680%, enquanto o DI de janeiro de 2033 ficou em 13,770%, abaixo dos 13,879% do ajuste anterior.

De acordo com Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, as taxas locais refletiram um movimento global coletivo. “A curva está fechando em todos os países, o que se reflete também no Brasil. Com o Congresso em recesso e a expectativa constante sobre uma retaliação ou acordo com os EUA, os DI acompanham os títulos americanos”, explicou.

Por volta das 17h23, o juro da T-note de 2 anos recuava para 3,834%, o rendimento da T-note de 10 anos caía para 4,344%, e o juro do T-bond de 30 anos baixava para 4,914%. O presidente americano, Donald Trump, reforçou suas críticas a Jerome Powell, chefe do Fed, afirmando que ele deixará o cargo em cerca de oito meses e defendendo que a taxa de juros nos EUA deveria ser em torno de 1% ao ano, bem abaixo da atual faixa de 4,25% a 4,50%.

Étore Sanchez destacou que estas declarações intensificaram a queda da curva americana. “O mercado observa atentamente qual será a postura do próximo presidente do Fed, se poderá adotar uma política monetária mais acomodatícia”. Apesar da redução das taxas, tanto no exterior quanto no Brasil, o economista enfatiza que o ambiente ainda requer cautela devido à alta volatilidade e aos pronunciamentos frequentes de autoridades americanas, especialmente do presidente Trump, que também fixou um prazo de 50 dias para que a Rússia avance nas negociações sobre o conflito na Ucrânia, sob ameaça de tarifas adicionais.

Na cena doméstica, o destaque ficou para a publicação conjunta dos ministérios da Fazenda e do Planejamento do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro trimestre, que mostrou nenhum contingenciamento de receitas e bloqueio de R$ 10,7 bilhões em despesas. O total de contenção orçamentária caiu de R$ 31,3 bilhões na edição anterior para R$ 10,7 bilhões. Essas informações não impactaram a curva de juros.

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