Economia
Juros futuros sobem com mais empregos criados e influência do exterior
 
																								
												
												
											Os juros futuros negociados na B3 ganharam força no pregão desta quinta-feira, 30, após a divulgação dos dados do Caged de setembro, que superaram as expectativas no mercado de trabalho formal. Os juros já estavam pressionados pela abertura da curva americana devido a declarações mais cautelosas do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, 29, reduzindo as apostas por uma flexibilização da política monetária dos EUA em dezembro.
O dado do Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho, mostrou a abertura de 213.002 vagas com carteira assinada em setembro, acima da estimativa mediana de 169 mil postos. Este resultado impulsionou especialmente as taxas mais curtas, que alcançaram máximas intradia. As taxas de contratos de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 a 2031 tiveram alta significativa, respondendo tanto às condições domésticas quanto ao cenário externo, que também foi influenciado por um leilão do Tesouro com oferta expressiva de títulos prefixados.
O setor de serviços liderou a criação de empregos com 106.606 vagas, seguido pela indústria, com saldo positivo de 43.095 empregos celetistas. Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, destacou que a intensificação da abertura dos DIs no segundo momento do pregão esteve associada ao fortalecimento dos rendimentos dos Treasuries e à robustez dos últimos dados do mercado de trabalho formal. Apesar disso, a perspectiva para cortes na taxa Selic manteve-se praticamente estável, com a taxa básica prevista para fim de 2026 subindo levemente de 12,75% para 12,80%.
Segundo o banco Daycoval, ao considerar a média móvel trimestral ajustada sazonalmente, a criação de empregos acelerou marginalmente de 81 mil para 82 mil vagas, indicando que o ritmo de expansão do mercado de trabalho ainda enfrenta uma desaceleração incipiente. Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirmou que o Caged contribuiu para reforçar o impulso dos DIs, contudo, o mercado reajustou suas posições após o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que frustrou expectativas de novos cortes na taxa básica dos EUA no fim deste ano.
No campo fiscal, o mercado acompanhou a aprovação simbólica do Projeto de Lei Nacional (PLN) 1/2025, que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias para estender por tempo indefinido a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil e permite que a meta fiscal seja atingida pelo piso. Gustavo Cruz acrescentou que, embora a atenção do mercado fiscal esteja menor e o debate seja adiado para 2027, não se pode descartar impactos fiscais ainda em 2024.
 
																	
																															
 
								 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											
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