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Justiça bloqueia R$ 10 bilhões ligados ao Grupo Refit
A Justiça determinou a execução de medidas cautelares em processos civis que resultaram no bloqueio de mais de R$ 10,2 bilhões em bens de indivíduos e entidades envolvidos na grande operação conduzida por uma força-tarefa na manhã de quinta-feira (27/11). Os investigados possuem ligações com o Grupo Refit, reconhecido como o maior devedor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado de São Paulo.
Essa operação contou com a colaboração de várias instituições públicas de investigação, que mobilizaram um efetivo significativo para conduzir a ação.
O esquema financeiro liderado pelo Grupo Refit, proprietário da Refinaria Manguinhos no Rio de Janeiro, foi classificado pelas autoridades como altamente estruturado e sofisticado. O grupo, que atua no setor de combustíveis, movimentou mais de R$ 70 bilhões em operações financeiras complexas entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025. Para ocultar e proteger seus lucros, a organização utilizou empresas próprias, fundos de investimento e offshores, incluindo uma exportadora localizada fora do Brasil.
As investigações apontam que o esquema causou um prejuízo estimado em R$ 26 bilhões aos cofres públicos estaduais e federais. Importadoras associadas ao grupo atuavam como intermediárias na aquisição de grande quantidade de combustível, movimentando mais de R$ 32 bilhões em nafta, hidrocarbonetos e diesel entre 2020 e 2025.
Além disso, a Receita Federal identificou que uma grande instituição financeira operava como sócia em várias outras empresas que prestavam serviços ao grupo. Esse núcleo financeiro controlado pela organização tornou as operações ainda mais complexas para dificultar a identificação dos beneficiários reais.
Após a Operação Carbono Oculto, realizada em agosto de 2025, que evidenciou falhas regulatórias utilizadas para evitar o rastreamento de recursos, o Grupo Refit modificou completamente sua estrutura financeira, substituindo operadores e empresas por novos responsáveis que passaram a movimentar valores significativamente maiores.
A reportagem procurou o Grupo Refit para esclarecimentos sobre a operação realizada, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece disponível para eventuais atualizações.

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