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Keeta começa operação em São Paulo com investimento de R$ 1 bilhão

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A Keeta, um braço internacional de delivery da empresa chinesa Meituan criado em 2023 para expandir globalmente o grupo, iniciou suas atividades na cidade de São Paulo nesta segunda-feira, com um aporte de R$ 1 bilhão. Esse investimento faz parte de um compromisso anunciado em maio, que prevê R$ 5,6 bilhões no Brasil ao longo de cinco anos.

Além da cidade de São Paulo, a plataforma lançou operações em Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Osasco, Diadema, Itaquaquecetuba, Barueri e São Caetano do Sul. A expansão para essas cidades ocorreu pouco tempo depois da estreia da Keeta em Santos e São Vicente, no litoral paulista.

Na capital paulista, a Keeta já conta com 27 mil restaurantes cadastrados, incluindo grandes redes e estabelecimentos de pequeno e médio porte, além de 98,2 mil entregadores. Para efeito de comparação, o iFood possui 450 mil entregadores cadastrados. Durante a fase inicial em Santos e São Vicente, mais de mil restaurantes e 4,7 mil entregadores se registraram até 30 de novembro. Nos primeiros 20 dias, houve um crescimento de 60% no número de restaurantes e 135% no número de entregadores.

A empresa implementou a política “Horário Garantido”, que oferece compensações em caso de atrasos, por meio de cupons de até R$ 50, similar ao modelo da 99Food. Para atrair novos clientes, será disponibilizado um pacote de boas-vindas com cupons que totalizam até R$ 200. As entregas serão grátis em mais de 90% dos restaurantes parceiros, com mais de 90% das rotas oferecendo rastreamento completo. Ao contrário do iFood, que realiza 60% das entregas diretamente pelas lojas, o que impossibilita o rastreamento em tempo real, a Keeta garante total visibilidade do trajeto.

A Keeta não exige exclusividade dos restaurantes, diferente da 99Food que utiliza esse modelo no Brasil. Antes de iniciar suas operações, a Keeta recorreu à Justiça para questionar cláusulas de exclusividade da 99Food, que permitem que os restaurantes continuem operando com o iFood, mas não com a Keeta. A 99Food defende que essa prática é necessária para competir em um mercado dominado por um grande player.

Danilo Mansano, vice-presidente da Keeta no Brasil, destacou: “Quando há acordos de exclusividade entre um restaurante e uma plataforma, quem acaba pagando por isso são os demais estabelecimentos que não fazem parte desse modelo, pois precisam arcar com taxas mais altas para compensar as taxas reduzidas oferecidas aos restaurantes exclusivos.”

Tony Qiu, CEO da Keeta, mencionou que a empresa está estudando implementar entregas por drones no Brasil, um sistema já em uso na China. “Estamos avaliando essa possibilidade, pois atualmente não há regulamentação específica no país. Também estamos analisando os casos de uso mais adequados.”

A Keeta cobra taxas dos restaurantes entre 2% e 3% menores do que as praticadas pela concorrência.

A Meituan é atualmente a maior empresa de delivery de comida do mundo, com 770 milhões de usuários anuais e cerca de 80 milhões de pedidos diários. No Brasil, a companhia já emprega 1.200 pessoas, número que deve crescer para 1.500 no próximo ano. A meta é estar presente em 15 regiões metropolitanas até meados de 2026 e cobrir mais de mil municípios até 2030.

A empresa está trazendo ao Brasil um modelo único chamado “compra intermediada”, voltado para estabelecimentos que ainda não são parceiros do aplicativo. Nesse sistema, entregadores e assistentes fazem o pedido diretamente nas lojas. O processo consiste em enviar o pedido ao restaurante por telefone ou aplicativos próprios, que é então repassado ao entregador para coleta e entrega ao consumidor.

Tony Qiu explicou: “Dessa forma, possibilitamos que os consumidores façam pedidos mesmo em restaurantes que não possuem parceria com a Keeta. Na China, esse modelo é utilizado não só para restaurantes, mas também para compras em supermercados e lojas de eletrônicos.”

Sobre a acirrada disputa entre os aplicativos Keeta, 99Food e iFood, caracterizada por acusações de espionagem e litígios judiciais, Tony Qiu considerou que isso demonstra a intensidade da competição e a grande oportunidade do setor. O mercado brasileiro movimenta mais de US$ 10 bilhões e cresce acima de 20% ao ano, atraindo muitas empresas interessadas no segmento.

Ele afirmou: “Quando há apenas um player, consumidores e restaurantes não têm opções. A chegada de mais dois competidores é benéfica para o mercado a longo prazo. No final, quem oferecer o melhor serviço e experiência para o consumidor e para os restaurantes será o vencedor.”

A Keeta oferece aos restaurantes atendimento humano 24 horas para suporte em todas as fases, desde o cadastro na plataforma até a gestão de cardápios e pagamentos, além de antecipação de recebíveis em 7 dias sem custo e acesso a análises comportamentais dos consumidores.

Para os entregadores, foram destinados R$ 100 milhões em recursos de apoio. Em dezembro, será inaugurado o primeiro Centro de Suporte ao Entregador da Keeta na região de Santo Amaro, em São Paulo, com estrutura que inclui área de descanso, água, banheiros e cozinha.

Os entregadores terão a possibilidade de retirar seus ganhos diariamente, sem cobrança de taxas, e participar de treinamentos presenciais sobre o uso do aplicativo. A empresa também fornecerá capacetes inteligentes inicialmente para ciclistas, e futuramente para motociclistas. Esses capacetes permitem comunicar incidentes e identificar as rotas mais eficientes.

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