Mundo
Kim Jong-un vistoria fábrica de mísseis antes de ida à China

Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, realizou uma inspeção em uma nova fábrica de armas no último fim de semana, conforme anunciado nesta segunda-feira (1). Essa fábrica é fundamental para acelerar a produção em massa de mísseis no país.
A agência oficial norte-coreana, Korean Central News Agency (KCNA), não revelou a localização exata da fábrica, mas acredita-se que fique na província de Jagang, região conhecida pela indústria bélica e que faz fronteira com a China.
A visita acontece pouco antes da primeira viagem de Kim à China em seis anos, para participar de um grande desfile militar em Pequim, marcado para esta quarta-feira (3). O evento celebra o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e a resistência chinesa contra a agressão japonesa.
Entre as autoridades estrangeiras convidadas pelo presidente Xi Jinping está Vladimir Putin, da Rússia, que recebeu apoio militar considerável de Kim Jong-un para a invasão da Ucrânia. A presença deles evidencia um alinhamento estratégico frente aos esforços dos Estados Unidos de fortalecer a segurança com Coreia do Sul e Japão.
Relatos da imprensa sul-coreana sugerem que Kim pode ter viajado para a China de trem nesta segunda-feira, devido ao aumento das medidas de segurança na cidade fronteiriça de Dandong, incluindo suspensão do tráfego ferroviário e restrições em hotéis para estrangeiros.
De acordo com a KCNA, a nova fábrica possui linhas de montagem destinadas a acelerar a produção de mísseis. Kim elogiou os cientistas e trabalhadores locais e aprovou planos para expansão e melhorias na instalação.
Analistas sul-coreanos apontam que Kim Jong-un tem pressionado pela ampliação da produção de armamentos, suportando Moscou com grandes volumes de equipamentos militares, incluindo artilharia e mísseis balísticos. Desde o outono passado, milhares de soldados norte-coreanos foram enviados para lutar ao lado das forças russas na Ucrânia, reforçando sua aliança com a Rússia em uma estratégia externa que busca fortalecer relações com países antiamericanos.
Com uma parceria militar cada vez mais sólida, a Coreia do Norte tem se pronunciado mais sobre conflitos internacionais além da Península Coreana, emitindo comunicados sobre o Oriente Médio e o Estreito de Taiwan, na tentativa de formar uma frente unida contra os EUA. A participação de Kim no desfile em Pequim também visa estreitar relações com países próximos à China e Rússia.
A China permanece o principal parceiro comercial e suporte econômico da Coreia do Norte. A presença de Kim Jong-un no evento militar na China é interpretada como um gesto para fortalecer a aliança estratégica e ampliar sua influência antes de uma possível retomada das negociações com os Estados Unidos.
Nos últimos anos, o presidente americano Donald Trump e o presidente sul-coreano Lee Jae-myung manifestaram interesse em retomar o diálogo com Pyongyang, mas o regime norte-coreano rejeitou essas tentativas. Recentemente, Seul suspendeu transmissões de rádio militares destinadas ao Norte para diminuir as tensões, além de outras medidas como o término de transmissões de notícias internacionais e a remoção de caixas de som na fronteira que tocavam músicas de K-pop e mensagens de propaganda.
Desde o encerramento das negociações fracassadas entre Kim e Trump em 2019, devido à recusa americana de conceder alívio significativo nas sanções em troca de medidas parciais de desnuclearização, a Coreia do Norte tem evitado o diálogo tanto com Washington quanto com Seul.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login