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Laureados com o Nobel que não estiveram na cerimônia
Assim como a opositora venezuelana María Corina Machado, que está na clandestinidade e não receberá pessoalmente nesta quarta-feira (10) o Prêmio Nobel da Paz, outros laureados também não estiveram presentes na cerimônia de entrega, seja por impossibilidade ou escolha pessoal.
Narges Mohammadi (2023)
A ativista iraniana, que se opõe ao uso obrigatório do véu e à pena de morte, estava detida na prisão de Evin, em Teerã, quando foi agraciada com o prêmio.
Seus filhos gêmeos, exilados na França e com 17 anos, receberam o Nobel da Paz em seu lugar e leram uma mensagem que ela enviou de sua cela.
No final de 2024, Narges Mohammadi foi colocada em regime de liberdade provisória por motivos médicos.
Ales Bialiatski (2022)
Ales Bialiatski, fundador e diretor por muitos anos da Viasna, principal organização de direitos humanos na Belarus, estava preso quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Um ano após a premiação, foi condenado a 10 anos de prisão sob a acusação de financiar manifestações que, segundo o governo, violavam gravemente a ordem pública.
Na cerimônia, sua esposa representou-o.
Liu Xiaobo (2010)
Ao ser premiado, o dissidente chinês Liu Xiaobo encontrava-se encarcerado, e a sua cadeira ficou vazia como símbolo. Nem sua esposa, Liu Xia, que estava em prisão domiciliar, nem seus três irmãos puderam representá-lo, pois não tiveram permissão para deixar a China.
Escritor e professor de Literatura, Liu foi uma figura central no movimento democrático de Tiananmen em 1989 e um crítico aberto do regime comunista.
Em maio de 2017, recebeu liberdade condicional após ser diagnosticado com câncer em estágio terminal, vindo a falecer em julho do mesmo ano.
Aung San Suu Kyi (1991)
A líder birmanesa estava em prisão domiciliar quando recebeu seu prêmio. Embora o regime militar tenha autorizado sua viagem a Oslo, ela preferiu ficar em Myanmar temendo não poder retornar.
Na cerimônia, uma cadeira vazia simbolizou sua ausência, enquanto seu marido e seus dois filhos receberam o prêmio em seu nome.
Lech Walesa (1983)
Embora estivesse em liberdade em 1983, Lech Walesa, líder clandestino do sindicato ‘Solidarnosc’, optou por não comparecer à entrega do Nobel com receio de não conseguir voltar à Polônia.
Seu lugar foi ocupado por sua esposa e filho na cerimônia.
Andrei Sakharov (1975)
O físico e ativista dos direitos humanos não pôde deixar a União Soviética para receber seu prêmio devido à proibição do governo.
Foi representado na cerimônia por sua esposa, Yelena Bonner, também engajada na defesa dos direitos humanos.
Henry Kissinger e Le Duc Tho (1973)
O Nobel da Paz de 1973, um dos mais controversos, foi concedido na ausência dos dois laureados, que receberam o prêmio pela breve trégua no Vietnã.
Le Duc Tho recusou a honraria alegando que a trégua não estava sendo cumprida, enquanto Henry Kissinger não viajou para Oslo por receio de protestos.
Carl von Ossietzky (1935)
Quando recebeu o prêmio, o jornalista pacifista alemão Carl von Ossietzky estava detido em um campo de concentração nazista, após ser preso em 1933 numa repressão contra opositores do regime.
Ele morreu em 1938 em um hospital, ainda sob custódia.


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