Lei cria atendimento em Caps para vício em jogos em São Paulo

A Lei 18.186/25 do estado de São Paulo, sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), estabelece atendimento gratuito para pessoas com dependência em jogos de azar. O tratamento será oferecido nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o estado.

Publicada no Diário Oficial, a lei reconhece a dependência em jogos como uma questão de saúde pública e institui o Programa Estadual de Conscientização e Tratamento dos Malefícios dos Jogos de Apostas Online e Cassinos Físicos.

Tratamento para dependência em jogos de azar

O autor da proposta, deputado estadual Rômulo Fernandes (PT), defende a capacitação técnica de profissionais especializados, incluindo psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, para oferecer suporte adequado aos dependentes.

Além disso, serão formados grupos terapêuticos que visam proporcionar suporte contínuo e reintegração social aos pacientes.

O encaminhamento para o tratamento seguirá os procedimentos já adotados na rede estadual para outras dependências, como o envio via Unidade Básica de Saúde (UBS) ou atendimento direto nos Caps.

Entendendo o vício em jogos

Segundo a psicóloga e psicanalista da USP Lilian Beiguelman, o vício em jogos configura-se como uma compulsão semelhante a outras dificuldades de repetição. Essa condição é caracterizada por um ciclo no qual o indivíduo continua a apostar, mesmo diante das conseqüências prejudiciais, como endividamento financeiro.

O sentimento de abstinência é um indicativo do vício, independentemente da sua natureza, e durante a terapia, a pessoa pode encontrar modos de diminuir seu sofrimento.

Na perspectiva psicanalítica, as sensações não são simplesmente relações de causa e efeito, e muitas vezes seus motivos não são imediatamente acessíveis. Um sintoma pode ser compreendido como uma forma inconsciente de lidar com situações, refletindo um modo particular de funcionamento e pensamento.