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Lei orçamentária de Trump avança no Congresso

Congressistas americanos estão se preparando para realizar a votação final nesta quinta-feira (3) sobre o projeto de orçamento do presidente Donald Trump, um passo crucial para seu governo, apesar da resistência interna entre republicanos.
Após um longo debate de 24 horas, Trump parece estar cada vez mais próximo de conquistar a aprovação na Câmara dos Representantes da chamada “Grande e Bela Lei”, que já foi aprovada pelo Senado, embora haja oposição dentro de seu próprio partido por causa do aumento da dívida nacional e dos cortes no sistema de saúde.
Com o voto favorável, Trump consolidará uma importante vitória política, fortalecendo sua influência após recentes decisões favoráveis da Suprema Corte e ações militares dos EUA que resultaram em uma trégua entre Israel e Irã.
Lei emblemática
A votação final sofreu um pequeno atraso, provocada por um longo discurso contrário do líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries, que retardou o processo por várias horas.
Originalmente aprovada pela Câmara em maio, a abrangente legislação de Trump passou pelo Senado na última terça-feira e precisou retornar à Câmara para validar as alterações feitas pelos senadores.
O pacote atende diversas promessas de campanha, incluindo aumento nos gastos militares, financiamento para ações de deportação em massa de imigrantes e destinação de 4,5 trilhões de dólares para prolongar os cortes tributários da primeira gestão (2017-2021).
Entretanto, a proposta deverá aumentar o déficit fiscal em 3,4 trilhões de dólares na próxima década, enquanto reduz programas sociais essenciais, como os cupons de alimentos para populações vulneráveis, e promove os maiores cortes no seguro médico Medicaid desde sua criação nos anos 1960.
Moderados na Câmara temem que tais cortes prejudiquem suas chances de reeleição, enquanto os defensores de rigor fiscal afirmam que as economias previstas são insuficientes.
Projeto “grande e complicado”
O texto de 869 páginas foi aprovado no Senado após uma série de ajustes que tornaram a versão ainda mais alinhada à direita do que a da Câmara.
Para compensar as isenções fiscais, o projeto implementa cerca de 1 trilhão de dólares em cortes na área da saúde, podendo deixar até 17 milhões de americanos sem cobertura médica, o que pode causar o fechamento de dezenas de hospitais rurais.
A maior parte dessas medidas ainda precisará ser submetida a diversas votações preliminares antes da aprovação final.
A proposta enfrentou dificuldades desde o início, incluindo uma votação que durou sete horas e 31 minutos, a mais longa da história da Câmara.
Jeffries ocupou a tribuna por mais de três horas para protestar em nome dos democratas, relatando casos de cidadãos comuns que seriam afetados negativamente por essa lei.
Ele declarou: “Este projeto, esta proposta volumosa e desajeitada — uma irresponsabilidade fiscal dos republicanos, uma verdadeira calamidade — não visa melhorar as condições de vida da população americana”.

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