Mundo
Lei orçamentária de Trump enfrenta votação chave

Os congressistas do partido Republicano postergaram por algumas horas uma votação importante na quarta-feira (2) sobre o projeto de lei do orçamento apresentado por Donald Trump, tentando persuadir um grupo de membros dissidentes que ameaça boicotar a principal pauta doméstica do presidente americano.
Trump pressiona para que a Câmara dos Representantes aprove sua chamada “Lei Grande e Bela”, que já foi aprovada no Senado, mas que enfrenta resistência de setores rebeldes dentro do próprio partido devido ao aumento da dívida nacional e cortes na rede de saúde pública.
Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes, incentivou os congressistas a votarem, porém não obtiveram sucesso na aprovação do procedimento necessário para avançar no processo.
Enquanto isso, representantes de Johnson reuniram-se reservadamente com os republicanos resistentes.
“Vamos conseguir aprovar o projeto hoje à noite. Estamos trabalhando nisso e estamos muito otimistas”, afirmou Johnson aos jornalistas no Capitólio, segundo o portal Politico.
A agenda de Trump
“Este projeto representa a pauta do presidente Trump e estamos empenhados em transformá-lo em lei”, declarou Johnson. Ele afirmou ainda que a bancada está preparada para finalizar a aprovação.
O pacote inclui várias promessas da campanha de Trump: aumenta os recursos para defesa, financia uma campanha de deportação de imigrantes e libera US$ 4,5 trilhões para estender cortes fiscais do primeiro mandato. Porém, adiciona US$ 3,3 trilhões à dívida nacional.
Os conservadores fiscais estão descontentes com os cortes, afirmando que não cumprem o prometido.
Johnson enfrenta um cenário difícil: apenas três republicanos podem votar contra o projeto para que ele seja rejeitado, mas mais de 20 manifestam oposição aberta.
“É difícil imaginar que ele seja aprovado como está. Existem pontos inaceitáveis”, comentou o conservador Andy Biggs à rádio KTAR News.
Os congressistas devem votar ainda nesta quarta-feira, ficando com dois dias de margem antes do prazo final de Trump em 4 de julho, o Dia da Independência dos EUA.
O texto, com mais de 800 páginas, foi aprovado no Senado após ajustes que o tornaram ainda mais alinhado à direita em certos aspectos.
Um conservador votou contra devido ao aumento da dívida, enquanto dois moderados se opuseram por causa dos cortes nos seguros de saúde.
Consequências e críticas
Segundo análises independentes, os maiores beneficiados serão os mais ricos, enquanto cerca de 17 milhões de pessoas perderão cobertura de saúde e diversos hospitais deverão encerrar atividades.
Cortes no auxílio alimentar federal farão com que milhões de americanos em situação de pobreza percam acesso ao programa de assistência alimentar conhecido como “food stamps”.
Trump continua pressionando os indecisos, como fez anteriormente.
“Nossa nação terá ganhos recordes este ano, superiores aos de qualquer concorrente, desde que a Lei Grande e Bela seja aprovada”, publicou o presidente em sua rede social Truth Social.
A aprovação no Congresso representaria uma vitória significativa para Trump, que é alvo de críticas por governar por decretos.
Os legisladores democratas pretendem usar essa lei polêmica para tentar alterar o controle da Câmara nas eleições de meio de mandato de 2026.
O líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, considera o projeto uma “vergonha” e lamenta que “os republicanos na Câmara continuem se rendendo à agenda extremista de Donald Trump“.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login