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Leiloeiro avalia valor das obras furtadas em biblioteca
As 13 obras que foram furtadas da Biblioteca Mário de Andrade, localizada no centro de São Paulo, no domingo (7/12), pertenciam à exposição “Do livro ao museu”, uma colaboração com o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Um especialista consultado pelo Metrópoles fez uma avaliação do prejuízo causado.
De acordo com o MAM, foram levadas oito gravuras da série “Jazz”, do artista francês Henri Matisse, e cinco gravuras da série “Menino de Engenho”, do pintor brasileiro Cândido Portinari. As peças estavam cobertas por apólices de seguro vigentes, cujos valores são mantidos em sigilo devido a cláusulas contratuais.
“As gravuras retiradas de Portinari têm um valor aproximado de R$40 mil cada. Já as obras de Matisse são parte integrante de um álbum contendo 20 gravuras, estimado em cerca de R$1 milhão. Entretanto, essas peças não são vendidas individualmente, pois fazem parte de uma edição exclusiva de 250 exemplares manuscritos pelo próprio artista. A comercialização de gravuras separadas não é comum”, declarou Acacio Lisboa, diretor da Galeria Frente e da Casa de Leilões de Arte James Lisboa.
Foram levadas obras como: The Clown, The Circus, Monsieur Loyal, The Nightmare of the White Elephant, The Codomas, The Swimmer in the Tank, The Sword Swallower, The Cowboy, de Henri Matisse; e Homem a Cavalo com Menino na Garupa, Mestiço Preso em Tronco, Homem Morto, Queimada no Canavial e Mulher Morta, de Cândido Portinari.
“É evidente que a reposição dessas obras é praticamente impossível, principalmente porque as peças de Matisse só são comercializadas no álbum completo. Além disso, considerando que esse é o segundo roubo ocorrido, presume-se que o crime foi cometido de forma amadora. Desta vez, os ladrões levaram apenas parte da coleção e fugiram a pé, sem aparentar ter conhecimento do valor real das obras”, acrescentou o especialista.
As gravuras estavam expostas na mostra “Do Livro ao Museu”, que celebrava o encontro dos acervos do MAM e da Biblioteca Mário de Andrade. O furto ocorreu no último dia da exposição.
A Prefeitura de São Paulo informou que acionou a Interpol por meio da Polícia Federal para evitar que as peças saiam do país. A Interpol possui ferramentas tecnológicas que auxiliam na recuperação de obras de arte roubadas.
Além da Interpol, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e a Associação de Galerias de Arte do Brasil (AGAB) foram comunicados oficialmente sobre o furto.
A Polícia Civil identificou os dois suspeitos do crime utilizando imagens do sistema de monitoramento SmartSampa da Prefeitura de São Paulo. As imagens mostram que, após o furto, os indivíduos estacionaram uma van próxima à Rua João Adolfo e à Avenida Nove de Julho, de onde retiraram as obras e seguiram caminhando pela calçada.
A Biblioteca, que conta com sistema de câmeras de segurança, passou por perícia e o caso está sendo investigado pela 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), diligências para identificar e prender os suspeitos seguem em andamento.


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