Líder criminoso peruano El Monstruo troca esconderijo no Brasil e desafia autoridades

Erick Moreno Hernández, conhecido pelo apelido El Monstruo e considerado o criminoso mais procurado do Peru, está foragido no Brasil sob a proteção do Primeiro Comando da Capital (PCC). Recentemente, ele deixou São Paulo e teria se refugiado em Mato Grosso do Sul, próximo à fronteira com o Paraguai, conforme revelado por fontes próximas à investigação ao Metrópoles.

A localização estratégica da fronteira entre Paraguai, Bolívia e o estado do centro-oeste brasileiro é frequentemente utilizada por organizações criminosas para o tráfico de drogas e fuga de integrantes. A cidade-chave nessa região é Ponta Porã.

Um vídeo captado pela polícia peruana, entregue à imprensa, foi atribuído a El Monstruo pela semelhança da voz. As imagens exibem uma cidade iluminada à noite e, ao fundo, escuta-se uma voz dizendo: “Nunca me pegarão. Inúteis”.

Se confirmado que o vídeo é realmente dele, não seria a primeira vez que Hernández desafia as forças policiais em gravações. Em fevereiro, ele apareceu em uma festa filmado, rodeado de bebidas, dinheiro e seguranças armados, afirmando que nunca se dobraria e que sabe onde todos estão, prevendo que “chegará a hora de todos”.

Histórico do criminoso

El Monstruo iniciou sua trajetória no crime com pequenos furtos e tráfico local, mas rapidamente subiu para liderar um grupo que domina a área de Lima Norte com métodos violentos e influência sobre comunidades vulneráveis.

Com a expansão de suas ações criminosas, sua atuação ultrapassou as fronteiras peruanas. Segundo o ex-ministro do Interior, Rubén Vargas, o criminoso fugiu do Peru em 2024, atravessou a Bolívia clandestinamente e entrou no Brasil, onde passou a se articular com o PCC, a maior facção criminosa da América Latina. Antes de se deslocar para Mato Grosso do Sul, ele passou um tempo escondido no centro de São Paulo, com auxílio da facção paulista.

Escapes das operações policiais

Em 16 de abril, El Monstruo foi alvo de uma ação conjunta das polícias peruana e brasileira em Suzano, na Grande São Paulo. O cerco resultou em um tiroteio, deixando dois criminosos mortos e um policial da Tropa de Choque, o sargento Rafael Vilodres Correa, falecido. Apesar disso, o mafioso conseguiu fugir e permanece foragido.

Após o confronto, dados de inteligência indicaram que ele possivelmente estava na região central de São Paulo, em bairros como o Brás.

Em 26 de maio, uma nova operação foi montada para capturar El Monstruo. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, junto com a Polícia Militar, lançou a Operação Sicários para apreender o fugitivo.

Ao todo, 160 policiais do Batalhão de Choque participaram das ações, cumprindo 25 mandados de busca e apreensão. Dois indivíduos foram presos: um em flagrante por tráfico de drogas e outro que estava foragido da Justiça. Ainda assim, El Monstruo escapou novamente do cerco policial.