Líder iraniano diz que Trump imagina destruir instalações nucleares do Irã

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta segunda-feira (20) ao presidente dos Estados Unidos que ele está fantasiando se acredita que os EUA conseguiram destruir as instalações nucleares da República Islâmica com seus ataques aéreos realizados em junho.

“Pode continuar sonhando!”, afirmou o líder iraniano em seu site oficial, referindo-se às diversas afirmações de Trump de que o programa nuclear do Irã foi completamente eliminado pelos ataques.

Em 22 de junho, os Estados Unidos atacaram a instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordo, localizada ao sul de Teerã, além das instalações nucleares de Isfahan e Natanz, no centro do país.

Entretanto, a extensão dos danos causados nunca foi claramente detalhada.

Trump, todavia, repetidamente sustentou que as instalações foram totalmente destruídas.

“Lançamos 14 bombas contra as principais instalações nucleares. Como mencionei antes, elas foram completamente aniquiladas, isso está confirmado”, afirmou Trump na semana passada durante um discurso no Parlamento israelense.

Em entrevista à emissora Fox News no domingo, o presidente americano alegou que o Irã “não é mais o agressor do Oriente Médio” porque sua capacidade nuclear foi eliminada.

Durante um encontro com atletas em Teerã nesta segunda-feira, Khamenei questionou a importância do povo americano se preocupar com a existência de um programa nuclear no Irã.

“Quem são vocês para determinar o que um país pode ou não desenvolver em termos de tecnologia nuclear?”, indagou, dirigindo-se diretamente a Trump.

O Irã e os Estados Unidos têm mantido uma relação tensa desde a Revolução Islâmica e o sequestro de reféns na embaixada americana em 1979.

Em 2015, o Irã firmou um acordo limitando seu programa nuclear a objetivos pacíficos com Alemanha, China, França, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia, mas os EUA abandonaram esse acordo em 2018, durante o mandato inicial de Trump.

Apesar disso, os Estados Unidos retomaram negociações sobre o programa nuclear iraniano em abril, que foram interrompidas após um ataque surpresa de Israel contra o Irã em 13 de junho, desencadeando uma guerra de 12 dias.

Posteriormente, os EUA participaram dos ataques israelenses, e o Irã retaliou lançando mísseis e drones contra o território israelense.

O acordo nuclear iraniano expirou formalmente no sábado, encerrando o período de restrições impostas ao programa nuclear do país.