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Líderes europeus querem dialogar com Trump antes de sua reunião com Putin

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Representantes da Ucrânia e dos países da União Europeia buscam um diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes da reunião marcada para esta sexta-feira (15) entre Trump e o líder da Rússia, Vladimir Putin. Com exceção da Hungria, todos os líderes da UE e a chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas, divulgaram uma declaração nesta terça-feira (12) solicitando a participação do presidente ucraniano Volodmir Zelenski no encontro.

Os líderes europeus estão preocupados que Putin e Trump possam firmar acordos sem a presença de Kiev, como trocas territoriais no solo ucraniano ou termos que beneficiem a Rússia no conflito. Nem Kiev nem os europeus foram convidados oficialmente para a reunião, que acontecerá no Alasca.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, organizou diversas reuniões para esta quarta-feira, convidando Trump, o vice-presidente americano J.D. Vance, Zelenski, o chefe da Otan e vários líderes europeus. A chancelaria destacou que o foco será discutir novas estratégias para pressionar a Rússia, além de preparar negociações de paz, questões territoriais e de segurança.

A Comissão Europeia confirmou que a presidente Ursula von der Leyen participará das reuniões por telefone, previstas por Merz. Também devem participar líderes do Reino Unido, França, Itália, Finlândia e Polônia. Trump não confirmou presença, mas indicou que irá ouvir as propostas até sexta-feira.

Na segunda-feira, 11, o presidente americano mencionou que trocas territoriais podem ocorrer na conversa com Putin, afirmando que seriam para o benefício da Ucrânia. No entanto, Kiev e seus aliados europeus exigem ser incluídos, embora reconheçam que Moscou dificilmente abrirá mão das regiões anexadas – Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. Eles rejeitam a ideia de que Putin possa reivindicar território sem antes concordar com um cessar-fogo.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, comentou que o controle russo sobre esses territórios é um tema inevitável nas negociações, mas ressaltou que os aliados ucranianos não aceitarão isso legalmente, embora possam concordar tacitamente. Ele comparou à política americana durante a ocupação soviética dos Bálcãs de 1940 a 1991.

Seria difícil para Zelenski ceder territórios sem um cessar-fogo, ainda mais depois do sacrifício de muitos soldados ucranianos.

Alguns analistas acreditam que Putin visa uma Ucrânia mais alinhada à Rússia, com um governo que não tente entrar na Otan, mais do que o controle territorial em si.

Trump minimizou as expectativas de avanços significativos no encontro com Putin, mas espera conversas produtivas.

Zelenski defende que o fim dos combates seja o primeiro passo para as negociações, posicionamento apoiado pelos europeus. Eles defendem que qualquer futura troca de territórios seja decidida pela Ucrânia e não uma condição para cessar-fogo.

Além disso, as negociações podem incluir garantias de segurança para a Ucrânia impedir novas guerras.

Os europeus acreditam que Kiev deve manter forças armadas fortes, sem restrições sobre tamanho ou armamento, para dissuadir novos ataques russos. Defendem também a liberdade da Ucrânia para escolher seu futuro na UE, sem imposição de neutralidade.

O governo de Trump já retirou a perspectiva de adesão da Ucrânia à Otan do processo negociador no curto prazo.

Para os europeus, manter a unidade é fundamental. Após reunião de ministros das Relações Exteriores, Kaja Kallas afirmou que concordaram em aumentar sanções contra a Rússia, oferecer mais apoio militar e financeiro à Ucrânia.

Nas palavras de Kallas, ‘A cooperação transatlântica, o suporte à Ucrânia e a pressão sobre a Rússia são essenciais para encerrar este conflito e prevenir futuras agressões russas na Europa’.

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