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Limite de captação do Sistema Cantareira é ampliado para agosto
A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) autorizaram, durante reunião nesta terça-feira (28), ampliar o limite de captação de água do Sistema Cantareira. Durante o mês de agosto, a vazão liberada para abastecer a região metropolitana de São Paulo será de 14,5 m³/s, contra os atuais 13,5 m³/s, confirmou a Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos.
Os órgãos também definiram que, de setembro a novembro, a retirada permitida voltará aos atuais 13,5 m³/s. Antes da crise, a Sabesp chegou a retirar 33 m³/s do manancial.
Em um comunicado conjunto divulgado em maio, a ANA e o DAEE previam a redução para 10 m³/s do volume de água captado do Sistema Cantareira entre 1º de setembro e 30 de novembro, uma redução de 25,9% na atual vazão. Esses valores foram revistos durante reunião realizada nesta terça-feira em Brasília.
Já a liberação de água do Cantareira para a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), no interior paulista, permanecerá em 3,5 metros cúbicos de 1º de junho a 30 de novembro de 2015. Um metro cúbico (m³) corresponde a 1 mil litros.
O objetivo do aumento da retirada em agosto do Cantareira é aliviar o Sistema Alto Tietê, que está com 18,5% da capacidade e abastece 5 milhões de pessoas. O Cantareira está com 18,8% do volume e é responsável pelo abastecimento de 5,3 milhões de pessoas. A diferença entre eles está na capacidade de armazenamento: a do Cantareira é de 982 bilhões de litros, contra 573,8 bilhões de litros do Alto Tietê.
Nível do Cantareira
Depois de ter a primeira alta em um mês, o Sistema Cantareira voltou a cair nesta terça-feira (28) e baixou seu nível de 18,9% para 18,8%, segundo dados divulgados pela Sabesp nesta manhã.
O conjunto de represas, que abastece 5,3 milhões de pessoas na Grande São Paulo, não recebeu chuva nas últimas 24h. Com isso, o saldo do mês é de 43,8 milímetros, 87,6% do previsto para julho.
O manancial segue no volume morto e teve ainda menos chuvas no primeiro mês deste inverno do que no mesmo período de 2014, ano mais seco já registrado no sistema.
Principal obra para crise
Em setembro, o governo paulista prevê que a interligação da Represa Billings ao Sistema Alto Tietê esteja em operação. Essa é a principal obra do governo contra a crise hídrica este ano e irá aumentar em 4 m³/s a produção de água para a região metropolitana. O bombeamento fará com que regiões que hoje recebem água do Cantareira possam ser atendidas pelo Alto Tietê, ajudando a aliviar o manancial em crise.
A interligação estava prevista para estar concluída em maio, no início do período de seca, mas atrasou por causa que liberações de licenciamento ambiental, segundo o governo, e começou no início deste mês. O novo prazo para início das operações é fim de agosto ou começo de setembro.
O superintendente do DAEE, Ricardo Borsari, disse ao G1 em maio que a redução de retirada do Cantareira, até então prevista pelos órgãos, estava relacionada ao cumprimento dos prazospara a entrega das obras de ligação da Billings ao Alto Tietê.
O Cantareira, manancial que passa pela situação de seca mais crítica, chegou a abastecer 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo, mas por causa da queda do nível dos reservatórios desde o ano passado, o sistema atende hoje 5,3 milhões.
Outras obras
Outra grande intervenção prevista é a ligação do Rio Paraíba do Sul com o Sistema Cantareira, o mais prejudicado pela crise hídrica. A obra já foi autorizada pela Agência Nacional de Águas, mas deve ficar pronta apenas no ano que vem. Essa é a principal intervenção direta no Sistema Cantareira.
As outras obras já em andamento vão socorrem os outros sistemas e ajudar o Cantareira de forma indireta. Isso porque a Sabesp fez modificações na rede e aumentou o número de consumidores abastecidos pelo Sistema Guarapiranga, por exemplo.
Em abril, a Sabesp anunciou, por exemplo, que uma nova adutora permitiu que o Sistema Rio Grande passasse a abastecer bairros na região de Pedreira, Zona Sul de São Paulo. A obra desafoga o Guarapiranga, que atendia essas áreas anteriormente. Com isso, o Guarapiranga pode passar a abastecer áreas que recebem água do Cantareira.
A ligação do Rio Guaiaó ao Sistema Alto Tietê, orçada em R$ 28,9 milhões, está em fase de conclusão e deve transferir à Represa de Taiaçupeba 0,8 metros cúbicos/segundo. Também para o Sistema Alto Tietê, a Sabesp prevê a captação de 2,1 metros cúbicos no rio Itatinga à Represa Jundiaí.
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