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Lira critica Motta após voto salvar Glauber
Arthur Lira, que foi o principal responsável pela eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) como presidente da Câmara, revelou sua insatisfação com a forma como Motta conduziu a votação que evitou a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Em conversas com aliados, Lira expressou sua desaprovação sobre a administração atual da Casa.
Segundo Lira, Motta perdeu o controle da situação e foi “humilhado por Glauber”, sem receber apoio de outros deputados no momento da votação. Ele criticou especialmente o fato de Motta insistir em colocar em pauta a representação contra Glauber e também contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), mesmo sem consenso. O deputado do PSOL é um adversário de Lira.
Para Lira, o resultado não foi do agrado da maioria dos parlamentares, que se viram obrigados a manter os mandatos de dois deputados, apesar da tendência inicial indicar as cassações.
Em mensagens enviadas para um grupo do PP, Lira afirmou que é necessário reorganizar a Câmara, pois a situação está bastante confusa. Ele lembrou ainda que o PSOL fez representação contra o presidente Hugo Motta na Procuradoria-Geral da República, mostrando que Motta saiu politicamente enfraquecido após a votação. Essas mensagens foram divulgadas pelo G1 e confirmadas pelo O Globo.
Fontes próximas a Lira relatam que ele acredita que Motta não tem dado atenção aos seus conselhos e consulta apenas um grupo restrito de líderes, incluindo o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), que é concorrente de Lira em Alagoas.
Lira tem afirmado que Motta já não tem desempenhado um bom trabalho na articulação das votações no plenário há algum tempo, mas que a situação piorou com a votação envolvendo Glauber Braga. Lira avalia que Motta está desorientado e acredita que, sob sua gestão, a cassação de Glauber teria contado com mais de 400 votos.
A crise começou após uma mudança inesperada na votação, quando os deputados decidiram pela suspensão de seis meses do mandato de Glauber Braga, um dia após ele ter assumido brevemente a presidência da Câmara e tentado obstruir os trabalhos no plenário.
A votação contou com 318 votos a favor e 141 contra. Até o início da tarde anterior, a expectativa era que Glauber fosse cassado. Na véspera, ele foi retirado à força da presidência da Câmara, o que provocou uma reação imediata de parlamentares aliados do governo contra Motta, acusando-o de perder a capacidade de liderar a Casa.
A Polícia Legislativa precisou intervir durante o tumulto, removendo Glauber e controlando o acesso ao plenário, onde jornalistas e assessores foram expulsos, aumentando ainda mais a tensão. Durante a retomada da sessão, parlamentares da base governista fizeram discursos contundentes com críticas públicas.
Nos bastidores, Lira criticou a situação e afirmou a seus interlocutores que, em sua gestão, nunca houve necessidade de chamar a Polícia Legislativa para restaurar a ordem durante uma sessão. Ele destacou que episódios como esse não aconteceram enquanto foi presidente da Câmara.


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