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Lockdown antecipado podia salvar 23 mil vidas na Inglaterra
Cerca de 23 mil vidas poderiam ter sido salvas na Inglaterra se o primeiro lockdown durante a pandemia de Covid-19 tivesse sido implementado mais cedo, de acordo com os resultados de uma investigação divulgada.
Mesmo com a disseminação do vírus pelo mundo, o governo britânico, liderado na época pelo primeiro-ministro Boris Johnson, não agiu com a devida seriedade até que fosse tarde demais, conforme o relatório aponta.
Essa demora e o rápido aumento no número de infecções tornaram inevitável um lockdown obrigatório, que deveria ter sido imposto uma semana antes. Modelos indicam que só na Inglaterra, aproximadamente 23 mil mortes teriam sido evitadas na primeira onda da pandemia, até julho de 2020.
O segundo relatório, parte de uma investigação pública que avaliou a gestão da pandemia pelo governo britânico, revela que o lockdown começou em 23 de março no Reino Unido, cerca de três meses após o início da pandemia, que teve início na China e se espalhou globalmente.
O Reino Unido teve um dos piores números da Europa, com cerca de 226.000 mortos pela Covid-19. O relatório atribui a responsabilidade diretamente ao governo da época, que inicialmente foi excessivamente otimista em 2020.
A investigação aponta que a postura de Boris Johnson entre 2019 e 2022 comprometeu a mensagem séria que deveria ter sido transmitida para a população. Fevereiro de 2020 foi considerado um mês perdido, e a falta de reação governamental é considerada imperdoável.
O estudo também destaca que o ambiente caótico e negativo na residência oficial em Downing Street dificultou uma tomada de decisão inteligente. Além disso, as festas realizadas pelo primeiro-ministro, que mais tarde levaram à sua saída do cargo, abalaram a confiança pública nas medidas oficiais e aumentaram o risco de desobediência ao lockdown.

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