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Lula alerta sobre presença militar dos EUA no Caribe e Venezuela reforça fronteira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) denunciou nesta segunda-feira (8) a presença das forças armadas dos Estados Unidos em águas situadas ao sul do Caribe, em meio a uma escalada de tensões entre Washington e a Venezuela, que por sua vez tem reforçado o número de suas tropas nas áreas fronteiriças.
Os Estados Unidos despacharam navios de guerra transportando 4 mil membros da Marinha para o Mar do Caribe próximo à Venezuela, além de enviar uma dezena de caças F-35 para Porto Rico no último final de semana, como parte de uma operação contra o tráfico de drogas.
“A presença das forças militares da maior potência mundial no Mar do Caribe é um fator que gera tensão e vai contra a tradição pacífica da região”, afirmou o presidente Lula, ao iniciar uma reunião virtual do Brics, que contou também com a participação dos líderes Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, ambos aliados da Venezuela.
Esta movimentação ocorre simultaneamente ao aumento para 50 milhões de dólares (cerca de R$ 271 milhões) da recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusado por Washington de conexões com o tráfico de drogas.
O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, efetuou uma visita surpresa a Porto Rico nesta segunda-feira, conforme anunciou a governadora do território, Jenniffer González, nas redes sociais. González agradeceu ao ex-presidente Donald Trump e sua administração pelo reconhecimento da importância estratégica de Porto Rico para a segurança nacional dos EUA e o combate aos cartéis de drogas, atividade atribuída ao ‘narcoditador’ Maduro.
Hegseth também visitou o USS Iwo Jima, um dos oito navios da Marinha americana presentes no Caribe, conforme publicação do Pentágono nas redes sociais, acompanhada por um vídeo em que ele se dirige ao pessoal militar a bordo, destacando o empenho em combater o tráfico que envenena o povo americano.
Nos últimos dias, os EUA informaram sobre a destruição de uma embarcação supostamente usada para contrabando de drogas vinda da Venezuela, ação que, segundo o ex-presidente Trump, resultou na morte de 11 supostos membros da gangue ‘Tren de Aragua’, rota declarada terrorista por Washington. Trump também advertiu que aviões venezuelanos seriam abatidos caso ameaçassem forças norte-americanas, em resposta a sobrevoos de caças venezuelanos próximos a navios americanos no Caribe.
Entretanto, o governo venezuelano rejeita as acusações de envolvimento com o narcotráfico, classificando-as como falsas. A vice-presidente e ministra do Petróleo da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou que os EUA buscam garantir território favorável para rotas do tráfico e assegurar o controle das vastas reservas energéticas do país.
Em resposta, grupos de jovens apoiadores do governo venezuelano participaram de treinamentos militares em La Guaira, onde proferiram palavras de resistência e afirmaram estar preparados para proteger o país contra intervenções externas, comparando sua defesa a um conflito similar ao Vietnã.
O partido governante na Venezuela, Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), treinou os militantes em manuseio de fuzis e táticas defensivas para eventuais ataques.
Maduro reforçou sua presença militar ao aumentar para 25 mil o número de soldados nas regiões fronteiriças com a Colômbia e o Caribe, intensificando a segurança nos estados de Táchira e Zulia. Reforços também foram destacados em áreas litorâneas do Caribe, incluindo La Guajira, estado Falcón, além de pontos estratégicos como os estados de Nueva Esparta, Sucre e Delta Amacuro, este último próximo à Guiana.

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