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Lula anuncia videoconferência do Brics para enfrentar tarifas dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou nesta quarta-feira que os países do Brics irão promover uma videoconferência para debater soluções comerciais e fortalecer os vínculos com outras nações diante das tarifas elevadas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
— Estamos buscando estreitar parcerias e tenho conversado com líderes da Índia, China, Rússia, além da África do Sul, França e Alemanha. Nosso objetivo é alertar sobre a situação vivida e organizar, através do Brics, uma teleconferência para que possamos avaliar como agir em conjunto para superar os impactos financeiros — afirmou o presidente.
Essa declaração foi feita durante a apresentação das ações do plano de contingência contra as tarifas anunciadas pelo governo Trump, em evento no Palácio do Planalto com a presença do presidente Lula, ministros, empresários e também dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre.
Lula destacou que o diálogo será fundamental para restaurar o multilateralismo nas relações comerciais internacionais.
— Buscamos alternativas para mostrar que a democracia, o comércio justo e o multilateralismo são valores que devem ser respeitados por todos, incluindo os Estados Unidos.
O conjunto de medidas previstas inclui instrumentos para apoiar os exportadores afetados, com oferta de linhas de crédito com juros subsidiados e compras governamentais, baseadas nas diretrizes da medida provisória encaminhada ao Congresso.
Desde 6 de agosto, uma sobretaxa de 50% está sendo aplicada a cerca de 55% das exportações brasileiras para os EUA, atingindo setores como café, carnes, têxteis, açúcar e pescados. Produtos como suco de laranja, aviões e petróleo foram excluídos dessa taxação.
O principal suporte oferecido é uma linha de crédito de até R$ 30 bilhões destinada a empresas que comprovarem perdas com a tarifa americana, especialmente pequenas e médias companhias, com condições facilitadas de financiamento.
Em contrapartida, os beneficiados deverão garantir a manutenção dos empregos, com algumas exceções para as empresas mais impactadas que deverão oferecer outras garantias. O governo estima que o tarifaço pode afetar cerca de 10 mil empregos.
Além disso, conforme antecipou o ministro da Fazenda, a medida provisória inclui reformas no Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para melhorar o acesso das empresas brasileiras ao comércio internacional, especialmente das pequenas e médias. Essa mudança visa socorrer os setores que precisarão diversificar seus mercados devido à restrição comercial americana.

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