Brasil
Lula apoia Mais Médicos e relação com Cuba após sanção dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou críticas ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos contra Cuba e defendeu o Programa Mais Médicos, iniciado no Brasil em 2013 em parceria com aquele país caribenho. Lula ressaltou que a relação do Brasil com Cuba é baseada em respeito mútuo.
Na quarta-feira (13), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que haviam trabalhado sob o programa de cooperação em saúde com Cuba.
Entre os afetados estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério. Lula destacou que essa ação teve motivação política relacionada a Cuba e afirmou que os EUA devem aceitar a derrota na guerra contra Cuba e permitir que os cubanos vivam em paz.
Os Estados Unidos mantêm um bloqueio econômico rigoroso contra Cuba há mais de 60 anos, visando mudar o regime político da ilha, estabelecido após a Revolução de 1959. Como a exportação de médicos é uma fonte essencial de recursos para Cuba, o governo norte-americano tenta pressionar os países que recebem esses profissionais.
Países do Caribe como São Vicente e Granadinas, Barbados e Trinidad e Tobago defenderam as parcerias médicas com Cuba diante das críticas dos EUA.
Cuba mantém programas de cooperação médica desde a década de 1960, e mais de 605 mil médicos cubanos atuaram em 165 países. No Brasil, a participação de médicos cubanos no Mais Médicos, via cooperação com a OPAS, durou de 2013 a 2018.
Lula destacou a importância do programa para suprir a falta de médicos em áreas carentes, ressaltando que durante o governo anterior sob Jair Bolsonaro, o programa foi reformulado e ampliado.
Segundo ele, uma parcela da classe médica no Brasil rejeitou inicialmente a participação dos cubanos por questões elitistas, enquanto prefeitos reconhecem a dificuldade em prover assistência médica em regiões remotas e periféricas.
“É preciso compreender as reais necessidades do país e cabe ao governo decidir as políticas de saúde”, afirmou Lula.
Soberania na saúde
Lula participou da inauguração de novas unidades de produção de medicamentos hemoderivados da Hemobrás em Goiana (PE), empreendimento avaliado em R$ 1,9 bilhão que possibilitará ao Brasil autonomia na produção de medicamentos essenciais para tratamentos complexos.
Essa conquista representa um marco para a soberania nacional e uma resposta às recentes sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.
A fábrica da Hemobrás já abastece o sistema público de saúde com medicamentos produzidos a partir de acordos tecnológicos, e a nova planta viabilizará a produção anual de centenas de milhares de litros de plasma fracionado e diversos medicamentos.
A expectativa é que em breve a produção nacional avance em etapas que permitirão o Brasil produzir completamente os insumos necessários, reduzindo a dependência do exterior.
No mesmo dia, Lula cumpriu agenda em Recife, anunciando iniciativas do programa Agora Tem Especialistas e entregando títulos de regularização fundiária à comunidade de Brasília Teimosa na capital pernambucana.

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