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Lula aposta na divisão política dos EUA para evitar sanções de Trump
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta no aumento da polarização política nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump enfrenta baixa aprovação, enquanto a popularidade de Lula cresce, para tentar evitar novas tarifas impostas pelos americanos.
Fontes próximas ao governo destacam que este momento deve ser aproveitado para intensificar o diálogo com congressistas opositores a Trump.
A avaliação é que, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira, a crise se agravou, gerando mais ameaças e ataques ao Judiciário brasileiro.
Logo após o julgamento, Trump manifestou-se nas redes sociais classificando a decisão do Supremo como “terrível”. O secretário de Estado, Marco Rubio, indicou que novas sanções podem ser aplicadas a autoridades brasileiras, enquanto seu vice, Christopher Landau, afirmou que as relações entre Brasil e EUA estão no “pior momento dos últimos duzentos anos”.
Com as relações com a Casa Branca tensionadas, os negociadores brasileiros mantêm contatos não apenas com parlamentares democratas, mas também com membros do “caucus Brazil” — um grupo informal de deputados e senadores, tanto democratas quanto republicanos, interessados em questões relacionadas ao Brasil.
Fontes governamentais garantem que as negociações para ampliar a lista de produtos brasileiros isentos da sobretaxa de 50%, vigente desde o mês passado, continuam, porém ainda não obtiveram sucesso.
Antes do julgamento, a Casa Branca condicionava conversas ao arquivamento do processo contra Bolsonaro. Com sua condenação a 27 anos de prisão, o futuro das relações é incerto, e novas sanções contra autoridades, especialmente o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da ação contra Bolsonaro, são esperadas.
Frente a esse contexto, a estratégia do governo é buscar o apoio de interlocutores abertos ao diálogo, especialmente da oposição.
Segundo diplomatas consultados, os democratas americanos parecem compreender a importância da situação e reconhecem o risco que a ofensiva contra o Brasil representa.
Um gesto celebrado em Brasília foi a carta publicada por um grupo de deputados democratas dos EUA na noite da última quinta-feira, acusando Trump de usar o tarifaço como forma de proteger Bolsonaro. Eles defendem que os Estados Unidos deveriam apoiar o povo brasileiro e respeitar as instituições democráticas, e criticam a imposição de uma tarifa ilegal de 50% para influenciar o processo judicial brasileiro.

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