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Lula comemora diminuição das taxas aplicadas pelo governo Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou satisfação nesta quinta-feira (20/11) com a decisão do governo dos Estados Unidos de reduzir parcialmente as taxas elevadas sobre certos produtos brasileiros.
“Estou muito contente. Durante a crise de 2008, o subprime, quando o mundo enfrentava grande instabilidade, eu afirmei que seria apenas um pequeno impacto para o Brasil, que durou apenas um ano, sendo o último a ser afetado e o primeiro a se recuperar. Agora, quando o presidente dos EUA implementou as altas tarifas, gerou preocupação geral. Hoje, estou satisfeito porque o presidente Trump começou a aliviar algumas dessas tarifas impostas sobre produtos brasileiros”, declarou o petista na abertura do Salão do Automóvel, em São Paulo.
Lula ressaltou que os progressos acontecem conforme o país conquista respeito internacional. “Na política e na economia não existe mágica, é preciso agir com prudência e no momento adequado, sem causar surpresas. Se as ações forem feitas com responsabilidade, não há motivo para temer oscilações na bolsa. O país necessita de estabilidade, calma e responsabilidade”, afirmou em seu discurso.
Lula participou hoje da abertura do Salão Internacional do Automóvel no Distrito Anhembi, na zona norte de São Paulo. Organizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o evento é o maior no setor automotivo na América Latina e segue até 30 de novembro.
Estavam presentes acompanhando Lula a primeira-dama Janja da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o Controlador-Geral da União, Vinícius Carvalho.
Após o evento em São Paulo, o presidente seguirá para Joanesburgo, na África do Sul, para participar da reunião do G20.
Alívio nas tarifas comerciais
Na sexta-feira, a Casa Branca anunciou a redução parcial das tarifas elevadas aplicadas a produtos brasileiros desde julho. A medida foi oficializada mediante nova ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, atualizando o Decreto 14323 — o qual havia declarado emergência nacional contra o Brasil e imposto uma taxa extra de 40% sobre várias exportações brasileiras.
Com a nova decisão, as taxas sobre carne bovina fresca, resfriada ou congelada, produtos de cacau e café, várias frutas, legumes e nozes, além de fertilizantes, foram eliminadas.
Na semana anterior, o governo dos EUA já havia removido tarifas gerais de 10%.
Segundo comunicado, a Casa Branca reconhece avanços iniciais nas negociações iniciadas após uma conversa telefônica entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de outubro. Esse diálogo permitiu a revisão da medida sancionatória, que havia sido justificada pela alegação de que políticas brasileiras representavam uma ameaça incomum e significativa à segurança e aos interesses econômicos dos Estados Unidos.
A lista abrangida inclui diversos minérios (ferro, estanho, carvão, linhito, turfa, alcatrão), óleos minerais (petróleo, óleos brutos, combustíveis), e muitos itens relacionados a peças para aeronaves.
A decisão é um gesto político relevante: o setor impactado diretamente pelo aumento tarifário, o agronegócio brasileiro, vinha cobrando uma postura diplomática mais firme do governo Lula.
Mesmo com a flexibilização, o governo Trump enfatiza que a emergência nacional permanece ativa. Ou seja, a maioria das sobretaxas continuam em vigor para grande parte dos produtos inicialmente afetados.
A ordem também permite novos ajustes tarifários caso o Departamento de Estado avalie que o Brasil não está cumprindo as exigências impostas pelos Estados Unidos. Os órgãos envolvidos em comércio e segurança, como Tesouro, Comércio, Segurança Interna, USTR e Conselho de Segurança Nacional, continuam com prerrogativas para monitorar e sugerir novas ações.

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