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Lula comenta prisão de Bolsonaro: todos sabem o que ele fez

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (23) que “todos sabem” as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro, ressaltando que a Justiça realizou a decisão correta ao condenar o ex-mandatário.

Lula falou com a imprensa em Joanesburgo, na África do Sul, onde estava presente para a Cúpula de Líderes do G20. Ele foi questionado sobre a prisão de Bolsonaro, ocorrida no sábado (22), sob determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Ele declarou: “Não costumo comentar decisões da Suprema Corte. A Justiça agiu, ele foi julgado com todo o direito à presunção de inocência, após quase dois anos e meio de investigações, delações e julgamento. A Justiça decidiu e ele cumprirá a pena estipulada. Todos sabem o que ele fez.”

Lula também comentou sobre sua relação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reagiu ao julgamento do Bolsonaro com retaliações ao Brasil e a membros do STF.

Ele afirmou: “Creio que Trump deve reconhecer que somos um país soberano e que nossa Justiça decide, e o que for decido aqui permanece decidido.”

Na decisão que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro, o ministro Moraes mencionou o risco de fuga do ex-presidente, após a tentativa deste de violar a tornozeleira eletrônica, além da vigília organizada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nas proximidades da residência onde cumpria prisão domiciliar.

Após ser conduzido até a Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, Bolsonaro participou de audiência por videoconferência no domingo.

Sexta-feira (21), o ex-presidente tentou abrir sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, fato que alertou a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap), órgão responsável pelo monitoramento do aparelho.

O ministro Alexandre de Moraes concedeu 24 horas para a defesa se manifestar sobre a tentativa de violação, prazo que termina no domingo às 16h30.

Na audiência, Bolsonaro alegou que “teve um pouco de paranoia de sexta para sábado devido aos medicamentos prescritos por diferentes médicos que interagiram de forma inadequada”. Ele afirmou não ter qualquer intenção de fugir e negou o rompimento da tornozeleira.

Sobre a vigília organizada por seu filho, disse que ela ocorreu a 700 metros de sua casa, impossibilitando qualquer tumulto que pudesse facilitar uma fuga hipotética.

Os advogados pretendem recorrer da prisão preventiva, argumentando que a tornozeleira foi imposta para “humilhação” do ex-presidente, e que a suposta violação do equipamento é uma narrativa utilizada para justificar a prisão.

Na segunda-feira (24), o STF irá analisar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, com uma sessão virtual extraordinária convocada pelo ministro Flávio Dino para confirmar o veredito.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão no processo da trama golpista, e ele e outros réus podem ter as penas aplicadas nas próximas semanas. A Primeira Turma do STF rejeitou embargos de declaração do ex-presidente e outros seis acusados, impedindo a reversão das condenações e a execução das penas em regime fechado.

O prazo para apresentação dos últimos recursos termina no domingo; se forem rejeitados, as prisões serão cumpridas.

A defesa solicitou, na sexta-feira, prisão domiciliar humanitária para Jair Bolsonaro, alegando doenças graves que requerem acompanhamento médico intensivo, pedido negado por Moraes no sábado.

Bolsonaro estava em prisão domiciliar em Brasília por descumprir medidas cautelares determinadas pelo STF no inquérito que investiga o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, pela promoção de retaliações junto ao governo Donald Trump contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal.

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