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Lula condena racismo persistente no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), realizada na noite da segunda-feira (15), em Brasília.
Este evento nacional, realizado após sete anos, reúne aproximadamente 1,7 mil delegados, 200 convidados e diversos observadores e expositores na capital federal até o final da semana.
No seu discurso de boas-vindas, Lula reconheceu os avanços em políticas públicas, principalmente as ações afirmativas e programas sociais que incluem a população negra, mas ressaltou que o Brasil ainda enfrenta um “racismo cotidiano” direcionado à população negra.
Ele destacou que existe um imaginário que tende a limitar as pessoas negras a estereótipos, geralmente associando-as a posições subalternas ou de ameaça.
Sem citar diretamente, o presidente mencionou o recente episódio da escritora paulista Lilia Guerra, autora de “O Céu para os Bastardos”, que foi injustamente acusada de furto em uma pousada logo após participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Lula ressaltou que tais atitudes não devem ser naturalizadas nem aceitas na sociedade brasileira, considerando inaceitável que qualquer pessoa tenha suas oportunidades reduzidas ou seja tratada com desconfiança devido à cor da pele.
Também criticou a criminalização das juventudes negras das periferias, que continuam a ser os principais alvos das forças de segurança pública, enfatizando a necessidade de erradicar o racismo, que é reconhecido como crime e uma grave enfermidade social.
Sobre a Conferência
A 5ª Conapir tem como tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”. Durante o evento, delegados participam de grupos de trabalho, plenárias e discussões culturais para promover debates profundos.
O processo de construção da Conapir envolveu etapas em todo o país, incluindo conferências municipais, estaduais, além de uma fase digital para contribuições e plenárias temáticas. Diversos grupos sociais, como quilombolas, ciganos, indígenas, povos de terreiro, mulheres, população LGBTQIA+ e juventude negra foram representados.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância da participação popular coletiva na formulação de políticas públicas eficazes.
Além do presidente e da ministra, várias autoridades governamentais e líderes da sociedade civil estiveram presentes no Centro de Convenções Ulysses Guimarães para o evento.
Lula lembrou que, durante sete anos, um governo anterior não promoveu uma conferência dedicada a ouvir as demandas da população negra do país, ressaltando a importância deste momento.
Ele enfatizou que as conferências têm um papel essencial na criação das políticas públicas de seu governo, afirmando que a participação social é fundamental para uma gestão eficiente e que quanto mais as opiniões e aspirações dos beneficiários forem consideradas, mais eficazes serão as políticas implementadas.

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