Economia
Lula critica sanções injustas contra países do Brics

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, declarou que os países que formam o grupo Brics sofreram com práticas comerciais consideradas injustas e ilegais, referindo-se principalmente às sanções comerciais implementadas pelos Estados Unidos durante a administração de Donald Trump.
A declaração foi feita em uma reunião virtual entre os líderes dos países do Brics. O discurso do presidente foi divulgado oficialmente pelo Palácio do Planalto.
Durante sua fala, Lula destacou que essas medidas comerciais não justificadas, como o uso de tarifas elevadas, têm sido usadas como forma de pressionar mercados e interferir nas políticas internas dos países afetados. Ele afirmou que tais ações comprometem as instituições e o comércio entre nações amigas.
Lula ainda ressaltou que os fundamentos da ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial estão sendo rapidamente enfraquecidos e criticou a paralisia da Organização Mundial do Comércio, enfatizando que princípios fundamentais do comércio livre têm sido desrespeitados por medidas unilaterais.
O Palácio do Planalto comunicou que o Brics reafirmou o compromisso com o multilateralismo e a modernização das instituições globais, buscando uma ordem internacional mais justa, equilibrada e inclusiva, condizente com as mudanças atuais e as necessidades dos países do Sul Global.
Além disso, os membros do grupo discutiram formas de ampliar a cooperação e solidariedade entre si, além de temas importantes como a atual situação mundial, conflitos internacionais, reforma da OMC e a próxima conferência climática COP30, marcada para acontecer em Belém, no Brasil.
Participaram da reunião líderes de China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia, África do Sul, e representantes dos Emirados Árabes Unidos, Índia e Etiópia.
A sessão ocorreu dois meses após a última cúpula do Brics no Rio de Janeiro e foi convocada pelo Brasil, que assumirá a presidência do grupo em 2025, diante da crescente preocupação com o respeito ao multilateralismo em um cenário internacional cada vez mais desafiador.
O discurso ocorreu em meio a tensões políticas internas, com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, e pressão dos EUA condicionando negociações comerciais ao andamento deste processo. O governo Lula declarou que não aceitará interferências externas.
O Brics, que originalmente contava com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi ampliado e hoje inclui também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia, buscando fortalecer laços econômicos e políticos.

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