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Lula critica suspensão de visto de representante do Mais Médicos por Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou nesta quinta-feira sua desaprovação à revogação do visto americano concedido a Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.
A decisão foi comunicada um dia antes pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, devido à criação do programa Mais Médicos, que o governo Trump percebe como uma estratégia coercitiva de exportação de profissionais médicos do regime cubano, acusando a exploração desses profissionais por meio de trabalho forçado.
Lula também defendeu o fim do embargo econômico dos EUA contra Cuba.
Mozart é reconhecido no governo como o idealizador do Mais Médicos, programa lançado em 2013 no governo Dilma Rousseff para melhorar o acesso a médicos em regiões remotas por meio de parcerias com o governo cubano.
Suspenso durante a gestão de Jair Bolsonaro, o programa foi retomado por Lula em 2023. A iniciativa já foi destacada positivamente em um relatório da ONU sobre cooperação internacional Sul-Sul na área da saúde.
— Quero afirmar aos queridos companheiros cubanos que a revogação do visto americano de Mozart está vinculada à relação com Cuba. Nossa relação com Cuba é marcada pelo respeito. É um povo que sofre há 70 anos com um bloqueio injustificado. Atualmente enfrentam dificuldades. Este bloqueio é infundado. Os Estados Unidos perderam uma guerra. É necessário aceitar isso e permitir que os cubanos vivam em paz, com dignidade. O senhor Donald Trump não é imperador da nação — declarou Lula durante a inauguração de uma fábrica da Hemobrás em Pernambuco.
O embargo dos EUA a Cuba consiste em um conjunto de sanções econômicas aplicadas ao regime cubano desde 1962, período da Guerra Fria, que, embora tenha sido amenizado durante o mandato do presidente Barack Obama, permanece vigente.
A suspensão dos vistos vinculados ao programa Mais Médicos pelo governo Trump acontece em meio a um aumento de tensões ideológicas entre o republicano e o governo brasileiro. Essa tensão inclui tarifas elevadas sobre exportações brasileiras, a revogação dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na lista de sanções da Lei Magnitsky, norma que prevê bloqueio de bens nos EUA.
Essas medidas foram justificadas pela alegação do governo americano de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido pela Justiça brasileira, uma situação que os EUA consideram uma violação de direitos humanos, apesar do Brasil ser internacionalmente reconhecido como uma democracia plena com separação dos poderes e um judiciário independente.

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