Lula diz que Alckmin, Haddad e Mauro Vieira não têm diálogo com EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira, 5, que acredita na normalização das relações entre o Brasil e os Estados Unidos. Ele ressaltou, contudo, que tem enfrentado dificuldades no diálogo com o país liderado por Donald Trump.

Lula afirmou: “A relação entre Brasil e Estados Unidos retornará ao normal, pois os povos americano e brasileiro são mais sensatos que os seus líderes. Mesmo que os presidentes não consigam acertar, as pessoas dos dois países cuidarão dos interesses comuns.” Em entrevista ao SBT, complementou que os representantes brasileiros não têm facilidade para estabelecer comunicação eficaz. Quando questionado se já era o momento para um diálogo com Trump, ele respondeu: “Não, ainda não, pois ele demonstra falta de interesse em conversar. É importante mencionar isso… Ele não quer diálogo. Tenho Alckmin, Haddad e Mauro Vieira para tentar conversar. Pergunte a Mauro se há alguém com quem se possa dialogar. Não existe interlocutor.”

O chefe do Executivo destacou que a taxação adotada prejudicará os americanos e defendeu que o Brasil compre de países dispostos a negociar.

“Compramos de quem quer vender. Se os Estados Unidos pensam que seu presidente age como um imperador ditando regras mundialmente, verão as consequências. O povo americano, no final, pagará preços mais altos pelos produtos adquiridos”, afirmou.

Lula também mencionou uma declaração de Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA, que indicaria uma motivação política na taxação. “O vice-secretário declarou que a taxação feita pelo Brasil não é comercial, mas sim política. A carta de Trump comprova isso.”

Além disso, destacou que a China representa um parceiro estratégico relevante para o Brasil, citando o avanço dos carros elétricos chineses: “A China pode oferecer conhecimento científico e tecnológico como ninguém. Atualmente, no setor de carros elétricos, eles estão muito à frente.” Quando questionado sobre o aumento de impostos sobre veículos chineses, respondeu: “Vamos aumentar os impostos sobre qualquer produto estrangeiro que prejudique a indústria brasileira.”