Brasil
Lula diz que presidente não deve interferir na Venezuela

Sem mencionar diretamente o ex-presidente Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o direito da Venezuela e de Cuba de tomar suas próprias decisões, em meio à crescente pressão dos Estados Unidos sobre o governo de Nicolas Maduro.
“Há quem diga que o Brasil pode acabar sendo como a Venezuela. No entanto, o Brasil jamais será a Venezuela, assim como a Venezuela jamais será o Brasil, pois cada país tem sua identidade única. O que defendemos é que o povo venezuelano é responsável por seu próprio futuro, e nenhum líder estrangeiro deve interferir nos assuntos internos da Venezuela ou de Cuba”, afirmou Lula durante um evento do PCdoB em Brasília.
O presidente brasileiro falou um dia após Trump confirmar que autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela com o objetivo de derrubar o governo em Caracas, ato considerado uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
Além disso, Lula criticou a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo.
“Afirmamos publicamente que Cuba não é um país que apoia o terrorismo. Cuba é um símbolo de resistência e dignidade para seu povo”, declarou ele.
Desde a década de 1960, os Estados Unidos tentam mudar o sistema político em Cuba através de um embargo econômico que penaliza empresas e embarcações que negociam com a ilha caribenha. Sob o governo Trump, essas medidas foram intensificadas, incluindo sanções contra países que contratam serviços médicos cubanos, uma importante fonte de renda para o país, que enfrenta uma grave crise econômica e frequentes interrupções no fornecimento de energia.
Contexto Militar na Venezuela
Desde agosto, os EUA aumentaram sua presença militar no Caribe, justificando a movimentação como combate ao tráfico de drogas Venezolano. Segundo reportagens nos Estados Unidos, as Forças Armadas americanas teriam realizado seis ataques contra embarcações nas águas caribenhas, resultando na morte de mais de 30 pessoas.
O governo Maduro acusa os Estados Unidos de planejar uma mudança de regime e pretende levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.
Interesses Geopolíticos
Especialistas afirmam que o interesse americano na Venezuela está ligado aos seus vastos recursos petrolíferos, os maiores reservas mundiais. Além disso, a Venezuela não é reconhecida como um grande produtor de drogas. Para analistas internacionais, a intervenção americana representa um risco, criando um precedente que pode justificar outras interferências dos EUA na América Latina sempre que seus interesses forem ameaçados, prática que remonta à Guerra Fria e seu apoio a regimes militares na região.

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