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Economia

Lula e Trump: próximos passos na negociação sobre tarifas após encontro

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Após a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no domingo (26), na Malásia, autoridades brasileiras e americanas se preparam para os próximos passos na retomada das relações bilaterais.

O foco imediato é avançar nas negociações para suspender as tarifas elevadas que os Estados Unidos aplicaram sobre produtos brasileiros, um processo que pode ser concluído em poucas semanas, conforme indicou o próprio Trump durante o encontro.

No mesmo domingo, representantes da diplomacia dos dois países se encontraram seguindo as orientações dos presidentes. Além da reunião presencial com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, o chanceler Mauro Vieira também conversou por telefone com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.

Por trás das negociações, membros do governo que acompanham o caso apontam duas possíveis estratégias:

  • O plano A, já apresentado a Rubio, propõe que os Estados Unidos suspendam as tarifas punitivas sobre produtos brasileiros até que um acordo comercial seja finalizado.
  • O plano B sugere ampliar a lista de produtos isentos dessas tarifas, iniciando pelos itens que Donald Trump já indicou como possíveis exceções, por serem considerados “recursos naturais indisponíveis” nos EUA.

Se os EUA aceitarem a suspensão temporária, será aberto o processo de negociação para eliminar a sobretaxa de 40% aplicada aos produtos brasileiros, além da tarifa geral de 10% que estava em vigor antes de agosto. Essas tarifas impactam setores importantes da economia brasileira, como aço, alumínio, carne e café, e vinham sendo um impedimento para um diálogo comercial equilibrado.

O encontro entre Lula e Trump representou, segundo fontes próximas, um avanço significativo nas relações comerciais, com um diálogo aberto e intenção de superar diferenças para reconstruir a confiança mútua e ampliar as negociações sobre comércio, tarifas e regulações. No entanto, ainda existem dúvidas sobre os detalhes que poderão compor um possível acordo.

Além das tarifas, existem questões pendentes nas relações bilaterais, como as sanções impostas pelos EUA a cidadãos brasileiros. Um foco principal é o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que é visto pelo governo americano e pelo secretário de Estado Marco Rubio como adversário do ex-presidente Jair Bolsonaro, este último condenado a 27 anos por tentativa de golpe de Estado.

Outros pontos ainda em debate incluem a investigação americana baseada na Seção 301, que avalia supostas práticas comerciais desleais, e a ação do Brasil contra as tarifas impostas, em andamento na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Sobre a Seção 301, a legislação comercial dos EUA alega que empresas locais são prejudicadas pelas tarifas elevadas adotadas pelo Brasil, além de questões relacionadas à propriedade intelectual, desmatamento ilegal e até ao uso do sistema Pix como método de pagamento instantâneo.

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