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Lula e Trump: Vieira defende diálogo sem confrontos e separação entre comércio e política

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta quarta-feira (1º) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está focado em aproveitar a oportunidade do encontro de trabalho com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de forma a evitar provocações e confrontos desnecessários, mantendo a distinção entre assuntos políticos e comerciais.
Vieira ressaltou que a proteção dos interesses econômicos e comerciais do Brasil é uma prioridade para todos os brasileiros. Essa defesa será conduzida com firmeza e serenidade, fundamentada em dados precisos e confiáveis, buscando sempre soluções que beneficiem mutuamente os dois países e preservem as relações positivas que Brasil e Estados Unidos cultivam há mais de 200 anos.
O ministro enfatizou que um acordo entre os presidentes deve ser construído por meio de um diálogo sério e baseado em fatos concretos. É fundamental conscientizar as autoridades do governo americano sobre os impactos negativos da situação atual para ambas as nações.
Vieira destacou a importância do pragmatismo, defendendo que diferenças sejam resolvidas através da conversa. Ele participou de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, na Câmara dos Deputados.
Segundo o chanceler, Lula acolheu de forma positiva os elogios espontâneos feitos por Trump, enxergando neles uma abertura para o diálogo. Essa nova postura americana é bem-vinda e será aproveitada para superar as medidas e sanções que afetam o Brasil, as quais destoam da histórica e sólida parceria bilateral.
Vieira argumentou que o superávit comercial dos EUA e a relação entre os países não indicam discriminação ou irregularidades por parte do Brasil. Ele reiterou que a tarifa de 50% aplicada é punitiva e não tem fundamento na realidade comercial vigente.
O ministro reafirmou o compromisso do presidente Lula de preservar a independência do Brasil e sua soberania, afirmando que razões puramente políticas não devem interferir nas relações entre Estados soberanos.
Ele também criticou abordagens bilaterais para tratar assuntos comerciais e de segurança, ressaltando que a guerra tarifária dos EUA remete a práticas anteriores a 1947, quando a cooperação multilateral ainda era incipiente.
Vieira afirmou que o Brasil está atento e ativo em diversas frentes para enfrentar o cenário atual, incluindo o direito de tomar medidas na Organização Mundial do Comércio, onde acusações formais contra os EUA permanecem paralisadas. Além disso, o governo avalia respostas econômicas previstas na legislação de reciprocidade, cujas negociações podem durar até 210 dias.
Por fim, o chanceler destacou que a nova lei de reciprocidade é um instrumento legítimo para defender o Brasil contra sanções unilaterais, buscando sempre soluções que beneficiem ambas as nações.

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