Lula: grupos que rejeitaram vetos ambientais podem voltar ao governo se as compras diminuírem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que, caso os parceiros internacionais do Brasil cortem as compras de commodities, os parlamentares do agronegócio que rejeitaram seus vetos ao projeto de licenciamento ambiental (PL 2159/21) poderão procurá-lo para mediar negociações diplomáticas. Segundo ele, a bancada ruralista pode enfrentar pressão se importadores aplicarem regras ambientais mais rigorosas.

“Esses mesmos que derrubaram meu veto, quando China e Europa pararem de comprar, vão vir falar comigo”, disse Lula, citando também países como Estados Unidos e Rússia.

Durante a 6ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS), o presidente comentou que os congressistas ignoraram avisos internos sobre os riscos comerciais relacionados ao enfraquecimento das normas ambientais. Ele destacou que, se a bancada do agronegócio tivesse ouvido o empresário Eraí Maggi, não teriam rejeitado os vetos ao licenciamento ambiental.

Lula ressaltou que os vetos foram feitos para prevenir danos futuros ao setor: “Não vetamos o licenciamento por não gostarmos do agronegócio, mas para protegê-lo”.

O presidente apontou que atitudes que enfraqueçam a sustentabilidade na produção podem prejudicar o acesso do Brasil aos principais mercados internacionais.

Além disso, Lula defendeu a necessidade de o país avançar em práticas ambientais responsáveis para manter sua competitividade. Ele enfatizou que o Brasil já utiliza níveis de energia renovável superiores aos de muitas economias desenvolvidas.