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Economia

Lula quer falar com Trump sobre erro nas tarifas ao Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou estar muito interessado em encontrar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Malásia, para argumentar que as tarifas americanas impostas ao Brasil foram equivocadas.

Embora o encontro ainda não esteja confirmado, representantes dos dois países estão trabalhando para que ele ocorra paralelamente à reunião que começa no domingo (26).

Depois de meses de conflitos e restrições punitivas relacionadas ao julgamento e condenação do ex-presidente de direita Jair Bolsonaro, aliado de Trump, os presidentes começaram a buscar um entendimento.

Em uma coletiva na sede da ASEAN em Jacarta, capital da Indonésia, Lula reforçou seu desejo pelo encontro.

“Tenho total interesse na reunião e estou pronto para defender os interesses do Brasil, mostrando que as tarifas aplicadas foram um erro”, afirmou.

Segundo ele, a justificativa para as tarifas não tem base nem respaldo. “Os EUA possuem um superávit de 410 bilhões de dólares com o Brasil em 15 anos, o que contradiz as alegações de Washington”, acrescentou.

Trump impôs tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros e punições a autoridades altas, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como resposta à perseguição contra Bolsonaro.

O STF condenou Bolsonaro em setembro a 27 anos de prisão por seu envolvimento em uma tentativa frustrada de golpe após sua derrota eleitoral em 2022 para Lula.

Lula contestou o argumento de que o Brasil viola direitos humanos por causa do processo contra o ex-presidente. “No Brasil, quem comete crimes é julgado e punido adequadamente”, afirmou.

Progresso nas relações

Os dois líderes, ambos com 79 anos, já tiveram uma breve conversa durante a Assembleia Geral da ONU em setembro. Também conversaram por telefone em 6 de outubro e discutiram a possibilidade de se reunirem na cúpula da ASEAN.

Lula evitou comentar quais concessões o Brasil poderia fazer em negociações comerciais com os EUA, mas está otimista quanto ao encontro em Kuala Lumpur.

“Estamos avançando para mostrar que divergências podem ser resolvidas quando pessoas de boa vontade dialogam”, declarou.

Confirmando sua candidatura a um quarto mandato em 2026, Lula também aposta no fortalecimento das relações com a Ásia, afetada pela guerra comercial iniciada por Trump.

Ele ressaltou que não deseja uma “segunda Guerra Fria” e defende comércio livre, multilateralismo, democracia comercial e combate ao protecionismo.

Temas amplos para discussão

Lula afirmou que não haverá assuntos proibidos na reunião com Trump e citou temas como Gaza, Ucrânia, Rússia, Venezuela, minerais críticos e terras raras para debate.

Incluiu ainda os recentes ataques americanos contra embarcações consideradas “narcoterroristas” no Pacífico e Caribe, e o envio de navios para impedir o tráfico de drogas.

O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, sugeriu que os EUA também atuem no Rio de Janeiro contra o narcotráfico, proposta que Lula rejeitou por respeitar a soberania dos países.

“Se Trump quiser conversar sobre isso, estou disponível. O mundo não pode permanecer em uma polarização contínua entre o bem e o mal”, concluiu o presidente brasileiro.

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