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Lula reforça acordo do Mercosul com União Europeia em ligação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pelo envio do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para votação no Parlamento Europeu. Eles conversaram por cerca de 20 minutos na manhã desta sexta-feira (5), discutindo as relações entre o Brasil e o bloco europeu.
Com o Brasil assumindo a presidência do Mercosul neste semestre, Lula espera que o acordo seja assinado até o final do ano durante a Cúpula de Líderes no Brasil, vendo a apreciação do texto pelos europeus como um passo essencial para a assinatura.
Segundo comunicado do Palácio do Planalto, ambos concordaram que, diante das incertezas no comércio internacional, a parceria entre os blocos é extremamente estratégica.
O tratado criará um mercado para mais de 700 milhões de pessoas, representando 26% do PIB mundial. Lula e von der Leyen também reafirmaram comprometimento com o multilateralismo e uma ordem global mais justa e pacífica.
Após quase 25 anos de negociações, a UE e o Mercosul (composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) finalizaram o acordo em dezembro passado. Agora, o texto aguarda aprovação no Parlamento Europeu e a ratificação da maioria qualificada dos governos da UE, um processo que ainda não garante a aprovação final.
O tratado provocou divergências na UE, com a França expressando forte oposição por preocupações ambientais e proteção de seu setor agrícola. Lula respondeu classificando a postura francesa como protecionista.
Protestos de agricultores europeus ressaltaram o receio sobre importações baratas que poderiam não atender aos padrões da UE, mas a Comissão Europeia negou essas alegações. Lula defendeu que qualquer regulamento interno europeu esteja alinhado aos termos do acordo.
Países como Alemanha e Espanha veem o acordo como um meio de compensar perdas comerciais causadas por tarifas dos EUA e de diminuir a dependência da China, especialmente em minerais críticos para a transição verde, como lítio.
Além disso, o acordo abre oportunidades para produtos europeus como carros, máquinas e produtos químicos, enquanto oferece melhores condições para exportação de queijos, presunto e vinho da UE.

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