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Lula responde Trump após ameaças: BRICS não é para confrontar

Após a cúpula dos líderes do BRICS no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a relevância do grupo e afirmou que “não desejamos um mundo tutelado, nem uma nova Guerra Fria, tampouco desrespeito à soberania, razão pela qual discutimos profundamente a necessidade de mudanças estruturais, inclusive no estatuto da ONU”.
“Somos um conjunto de nações buscando um novo jeito de organizar o mundo. O BRICS não foi criado para desafiar ninguém, mas para inovar na política global”, explicou Lula.
Sem citar o presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente ameaçou o bloco com novas tarifas comerciais, o mandatário brasileiro ressaltou que “o BRICS vem causando incômodo” e apoiou especialmente as ações do grupo para regular a inteligência artificial.
Donald Trump declarou que aplicará um imposto extra de 10% a qualquer país que siga as “políticas antiamericanas do BRICS”. O bloco, em sua declaração oficial, expressou profunda preocupação com o crescimento de tarifas unilaterais impostas por Washington.
A nota do BRICS que motivou as ameaças de Trump destaca que “o aumento indiscriminado de tarifas e medidas protecionistas sob justificativas ambientais ameaça o comércio global, desorganiza cadeias de suprimentos e cria incertezas nas atividades econômicas e comerciais internacionais”.
O bloco manifesta sérias preocupações com medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e violam as regras da Organização Mundial do Comércio.
Trump anunciou em suas redes sociais que “qualquer país que apoiar as políticas antiamericanas do BRICS sofrerá uma tarifa adicional de 10%, sem exceções”.
Essa declaração ocorre enquanto os EUA preparam cartas para dezenas de países com os quais não conseguiram acordo para redução tarifária, válidas a partir do meio-dia de hoje. Apenas Reino Unido e Vietnã alcançaram consenso.
As sobretaxas, que foram anunciadas em abril, sofreram uma pausa de 90 dias para negociações, que termina nesta quarta-feira. Países que não fecharem acordo terão tarifas extras aplicadas a partir de 1º de agosto, conforme informou o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
O impacto das sobretaxas sobre os membros do BRICS varia: o Brasil recebeu 10%, a China mais de 140%, enquanto Índia e África do Sul enfrentam tarifas acima de 20%.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ressaltou que “o BRICS está na vanguarda neste momento”, destacando que “em poucos momentos históricos foi tão crucial nos unir para promover a paz, combater a pobreza e enfrentar as mudanças climáticas”.
Ele complementou: “Hoje, o BRICS oferece soluções para um mundo em crise e pode ser o germen para um novo mundo em desenvolvimento”.

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