Lula se encontra com premiê alemão após desentendimento sobre Belém

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, se reuniram neste sábado (22) em Joanesburgo, África do Sul, durante a Cúpula de Líderes do G20 – grupo das maiores economias do mundo. Após um desconforto causado pela declaração de Merz sobre a cidade de Belém (PA), os líderes decidiram fortalecer os laços entre Brasil e Alemanha.

Segundo comunicado do Palácio do Planalto, Lula e Merz concordaram em aprofundar a cooperação comercial, social, cultural e tecnológica entre os dois países, destacando os vínculos históricos iniciados com a migração alemã para o Brasil no século XIX.

Atendendo convite do chanceler alemão, o presidente Lula confirmou sua ida a Hannover, Alemanha, em abril de 2026, para a abertura da maior feira de tecnologia industrial do mundo, na qual o Brasil será o país parceiro. Lula também convidou Merz para uma visita de Estado ao Brasil.

Durante a reunião, o premiê alemão reafirmou seu apoio à proposta brasileira de criar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa ambiental lançada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A Alemanha anunciou um investimento de 1 bilhão de euros nessa iniciativa.

Sobre Belém

Após participar da Cúpula da COP30 em Belém, no início do mês, Merz afirmou que a Alemanha é um dos países mais bonitos do mundo e que sua equipe ficou contente em retornar àquele local.

Lula defendeu o estado do Pará e afirmou que Berlim não oferece nem 10% da qualidade de vida que o Pará proporciona.

“Ele deveria ter conhecido um boteco no Pará, dançado e experimentado a culinária local. Assim, veria que Berlim não oferece 10% do que oferece o Pará, a cidade de Belém”, afirmou o presidente durante evento no interior do estado na última terça-feira (18).

“Eu dizia o tempo todo: ‘experimente a maniçoba’”, acrescentou em referência ao prato típico feito com folhas de mandioca.

Após a repercussão, um porta-voz alemão esclareceu que os comentários do chanceler Friedrich Merz foram interpretados fora de contexto e se referiam ao cansaço da comitiva após um voo noturno longo e um dia intenso em Belém, indicando o desejo do grupo em iniciar a viagem de retorno.