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Luzes vistas de Ceres ficam ainda mais misteriosas com novos dados
Os estranhos pontos de luz aparecem e somem ao longo de um dia. Nova possibilidade pode trazer pistas de que o planeta anão é geologicamente ativo
Astrônomos descobriram que os “estranhos” pontos de luz vindos do planeta anão Ceres acendem e desaparecem ao longo de um dia, como se funcionassem como um interruptor – mais um fator peculiar sobre o local. Utilizando um medidor de luz no Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), a equipe liderada pelo pesquisador italiano Paulo Molaro, do Observatório Astronômico de Trieste (INAF), sugere que o fenômeno é resultado de material na superfície das crateras que evapora com o calor dos raios solares, liberando essa poeira que brilha. Ao anoitecer, a falta dos raios solares faz com que o material suma.
O estudo, publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, traz novas descobertas para as misteriosas imagens captadas no início de 2015 pela missão Dawn, da Nasa. As imagens da sonda revelam que Ceres possui uma superfície bastante complexa, com montanhas, abismos e crateras, assim como mais de 130 pontos brilhantes.
Durante meses, os astrônomos acreditavam que os pontos luminosos, encontrados na cratera Occator, eram resultado de gelo. No entanto, um estudo publicado na revista Nature em 2015 sugeriu que as manchas são, na verdade, feitas de sal de sulfato de magnésio. Com as novas observações, os especialistas acreditam que na camada subterrânea do planeta anão existe uma camada de água salgada e, com impactos, a água fica mais próxima da superfície. Quando o calor esquenta o planeta-anão, essas substâncias evaporam das crateras, criando as chamadas nuvens transitórias.
Os cientistas afirmam que para confirmar a teoria, ainda são necessários novos estudos. Mesmo assim, essa nova possibilidade pode trazer pistas de que o planeta anão, maior corpo celeste no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, é geologicamente ativo.
Missão Dawn – Lançada em 2007 pela Nasa, a missão Dawn tem como objetivo orbitar os asteroides Vesta e Ceres para estudar sua estrutura interna, densidade, forma, tamanho, composição e massa, entre outros aspectos. Os dados ajudarão os cientistas a entender a história desses objetos e quais meteoritos encontrados na Terra vêm desses corpos. Em agosto de 2011, a missão Dawn orbitou o asteroide Vesta, ficando lá até setembro do ano seguinte. Ela fez mais de 30.000 imagens dele, assim como diversas medições e informações sobre sua composição geológica.
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