Pela primeira vez na história, a Food and Drug Administration (FDA), a agência americana reguladora de medicamentos, aprovou, na segunda-feira 25, a comercialização da primeira droga derivada da maconha. Trata-se do Epidiolex: uma solução oral que contém canabidiol (CBD) altamente purificado (uma das dezenas de substâncias da planta cannabis sativa, a maconha), usado para tratar duas formas raras e graves de epilepsia infantil, as síndromes de Lennox-Gastaut e Dravet.
Ambas as doenças causam convulsões descontroladas diariamente e colocam os pacientes em risco elevado de outras formas de incapacitação física e intelectual, além de morte prematura.
“É um lembrete de que programas avançados de desenvolvimento que avaliem os ingredientes ativos contidos na maconha podem levar a importantes terapias médicas”, disse o comissário da FDA, Scott Gottlieb, ao jornal The Washington Post, sobre a aprovação.
Ele também observou que a ação “não é uma aprovação da maconha ou de todos os seus componentes”, mas sim de um medicamento específico para um uso específico.
História Epidiolex
A história do recém-aprovado Epidiolex começou com Sam Vogelstein, um jovem de Berkeley, na Califórnia, que sofria até 100 convulsões por dia. No fim de 2012, Sam, então com 11 anos, viajou com a mãe a Londres para experimentar o composto da GW Pharmaceuticals. Ele foi o primeiro paciente americano a usar o remédio.
O número de convulsões que ele sofria caiu e os apelos de outros médicos e pacientes convenceram a empresa a começar a fornecer o remédio — até então não licenciado nos Estados Unidos. A companhia lançou testes clínicos em diversos centros médicos. Os testes mostraram queda considerável no número de convulsões.
Até o momento, o remédio será fabricado no Reino Unido e comercializado nos Estados Unidos pela Greenwich Biosciences — subsidiária americana da GW Pharmaceuticals.
Brasil
Em dezembro de 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou a Portaria 344/98 — que traz a lista das plantas e substâncias sob controle especial — e incluiu o canabidiol na lista de substâncias com venda permitida no país.
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