Macron encontra Sarkozy antes da prisão do ex-presidente francês

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (20) que recebeu o ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy no Palácio do Eliseu, pouco antes de sua entrada na prisão de Paris por envolvimento em associação criminosa.

Sarkozy será encarcerado na terça-feira acusado de manipular ilegalmente fundos líbios para financiar sua campanha eleitoral em 2007, tornando-se o primeiro ex-chefe de Estado francês a ser preso desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

“Sempre deixei claras minhas posições sobre a independência do poder judiciário (…) Mas, no aspecto humano, foi natural receber um dos meus predecessores neste momento”, declarou Macron após uma reunião de líderes na Eslovênia.

Essa visita ocorreu na sede da Presidência francesa, em Paris, na última sexta-feira, conforme confirmou uma fonte governamental à AFP.

A sentença de cinco anos de prisão envolveu controvérsias, pois Sarkozy questiona que o tribunal tenha ordenado sua prisão antes do julgamento de seu recurso.

Recentemente, suas alegações sobre uma “injustiça intolerável” e a suposta interferência política dos juízes geraram apoio da extrema direita e fizeram com que Macron defendesse publicamente a justiça.

No entanto, uma mensagem publicado no X pelo atual presidente após a sentença sugeriu a importância da presunção de inocência e do direito de recurso imediato.

“A presunção de inocência, assim como o direito a recorrer, devem sempre ser respeitados”, escreveu Macron.

O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, que visitou Sarkozy após sua condenação, afirmou à rádio France Inter que irá visitá-lo novamente na prisão e não acredita que isso comprometa a independência judicial.

Sarkozy pode permanecer na prisão de La Santé por apenas algumas semanas. Seus advogados poderão solicitar liberdade condicional devido à sua idade de 70 anos.

Presidente da França entre 2007 e 2012, Sarkozy declarou que enfrentará a prisão com coragem, trazendo consigo uma biografia de Jesus e um exemplar de “O Conde de Montecristo”, personagem literário conhecido por ser injustamente condenado, conforme revelou ao jornal Le Figaro.