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Maduro diz que EUA preparam ataque militar à Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta segunda-feira (15) que os Estados Unidos estão planejando um ataque com fins militares contra seu país e afirmou que seu governo está respaldado pelas leis internacionais para responder a essa ameaça.
Recentemente, os EUA posicionaram oito navios no sul do Caribe em uma operação ligada ao combate ao tráfico de drogas. Washington acusa Maduro de conexões com o narcotráfico e oferece uma recompensa de 50 milhões de dólares, aproximadamente 273 milhões de reais, pela captura do líder venezuelano.
Maduro enfatizou que a agressão militar está em curso e que a Venezuela tem o direito, com base nas normas internacionais, de enfrentá-la, referindo-se à presença dos navios americanos no Caribe.
Durante uma coletiva para a imprensa internacional, o presidente afirmou que essa movimentação militar interrompeu os canais de comunicação com os EUA.
“Posso anunciar que as comunicações com o governo americano foram cortadas por eles, devido às ameaças de bombardeio, (…) saíram de uma situação de relações prejudicadas para uma interrupção total”, disse Maduro.
Apesar disso, ele esclareceu que não houve um corte absoluto, mantendo uma linha mínima de diálogo via o embaixador John T. McNamara, baseado em Bogotá.
Desde 2019, Estados Unidos e Venezuela não mantêm relações diplomáticas formais, porém, há tentativas de aproximação por meio de representantes para tratar assuntos como troca de prisioneiros e deportação de imigrantes venezuelanos.
Maduro também qualificou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, como “o senhor da morte e da guerra”.
Antes das declarações do presidente venezuelano, Rubio afirmou em entrevista que Maduro representa uma ameaça direta à segurança dos EUA devido à acusação de tráfico de drogas.
O secretário destacou ainda que Maduro é considerado um fugitivo da justiça americana, referindo-se à recompensa pela sua captura.
Os Estados Unidos acusam o líder venezuelano de comandar o Cartel de los Soles, quando Maduro nega qualquer relação com o narcotráfico.
Washington justifica a presença dos navios de guerra no Caribe como parte do combate antidrogas.
Na semana anterior, Maduro ordenou a mobilização de pelo menos 25 mil militares nas regiões fronteiriças com a Colômbia e na zona do Caribe.
Ele convocou também os civis a se alistarem na Milícia Bolivariana, formada por cidadãos, em razão da possibilidade de uma invasão americana.
No último fim de semana, o governo venezuelano denunciou que militares americanos a bordo do destróier “USS Jason Dunham” mantiveram detido por oito horas um barco pesqueiro navegando em águas venezuelanas do Caribe.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou ainda que os EUA triplicaram em agosto o envio de aviões espiões para missões contra a Venezuela.

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