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Mãe conta a primeira vez que deixou a filha em creche

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Era a primeira vez que a cabeleireira e empreendedora Lorrany Stephane deixava a filha Laura Rebeca Ribeiro dos Santos, de 1 ano e 4 meses, aos cuidados de outra pessoa.

Mãe solteira de três crianças — dois meninos e a bebê —, Lorrany precisava trabalhar naquele dia e optou por deixar a menina em uma creche improvisada no Setor O, em Ceilândia (DF). Muitas horas depois, a pequena Laura morreu asfixiada.

De acordo com Lorrany, que gerencia um salão de beleza, a decisão veio depois que familiares que normalmente ajudavam não puderam estar disponíveis. Uma cliente do salão indicou a cuidadora, mencionando sua boa reputação e experiência.

“Eu precisava trabalhar e não tinha outra pessoa para deixar a minha filha. Por isso, aceitei levá-la para lá. A moça disse ser referência, que havia câmeras e que eu poderia confiar nela, além de prometer o envio de fotos da Laura“, relatou.

A creche funcionava dentro de uma casa adaptada, sem autorização da Secretaria de Educação e sem alvará para funcionar. Relatos indicam que a cuidadora cuidava de várias crianças ao mesmo tempo, sem equipe de apoio.

Laura foi colocada em um bebê-conforto que não pertencia à família. Em algum momento, a criança ficou presa ao cinto do bebê-conforto e acabou morrendo por asfixia.

A responsável encontrou a bebê desacordada e a levou para a UPA de Ceilândia, onde a morte foi confirmada. A investigação inicial indica asfixia acidental, mas a causa oficial será determinada pelo Instituto de Medicina Legal (IML).

Lorrany afirmou que Laura estava saudável e tranquila no momento em que foi deixada no local. O bebê-conforto onde a criança se sufocou não pertencia à família. “Eu só tinha levado o carrinho grande e espaçoso, nunca precisei colocar cinto nela”, disse.

A mãe relatou que recebeu um aviso no salão dizendo que a filha teria se machucado, acreditando que fosse algo leve. “Pensei que seria apenas um ferimento que precisaria ser tratado com pontos. Quando cheguei, o Samu já tentava reanimar ela. Aquilo acabou comigo.”

De acordo com Lorrany, a cuidadora apresentou diferentes versões sobre o ocorrido. “Ela disse que não conhecia a rotina da Laura e achou que ela estava dormindo. Depois, contou que a encontrou desacordada, depois afirmou que ela estava virada, e ainda disse que precisou sair e deixar a bebê com o marido.”

Em luto, Lorrany declarou confiar nas investigações e pede justiça. “A perícia vai esclarecer tudo, e o que eu mais desejo é justiça. A gente confia em deixar nossos filhos sob cuidados de outros porque precisa trabalhar, e agora estou sem minha filha.”

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