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Mãe de fiscal preso vira bilionária em 2 anos

A mãe do Artur Gomes da Silva Neto, fiscal detido na Operação Ícaro em 12 de agosto, teve seu patrimônio aumentado em cerca de 5.000 vezes no período de dois anos, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP). As investigações indicam que ela, uma professora de 76 anos, servia de laranja para o filho através da empresa Smart Tax Consultoria e Auditoria Tributária.
Na declaração de imposto de renda de 2021, Kimio Mizukami da Silva declarou possuir R$ 411 mil. Em 2022, esse valor saltou para R$ 46 milhões, e em 2023, declarou R$ 2 bilhões.
Os promotores do grupo Gedec do MPSP, especializado em combate à lavagem de dinheiro, classificam essa evolução patrimonial de “absurda”. Conforme a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (DIRF), grande parte do aumento de bens veio da compra de criptomoedas, adquiridas com recursos oriundos da distribuição de lucros da Smart Tax.
As apurações revelaram que Kimio guardou R$ 6 milhões em espécie em apenas um ano. Os representantes do MPSP constataram que grande parte do crescimento patrimonial se deve à aquisição de criptomoedas.
Segundo as investigações, Artur Gomes da Silva Neto teria atuado em benefício de outras empresas além da Ultrafarma. Ele ocupava o cargo de supervisor na Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual de São Paulo.
A Operação Ícaro também resultou na prisão do empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e de Mario Otávio Gomes, executivo da Fast Shop. Foram cumpridos mandados de busca em residências e nas sedes das empresas investigadas.
Conforme apurado, o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar quitação de créditos tributários das empresas e recebia propinas mensais por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. Até o momento, ele já teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas.
Os investigados podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As apurações continuam em curso.
A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) informou que abriu procedimento administrativo para apurar rigorosamente o caso e solicitou formalmente ao MPSP o compartilhamento das informações relacionadas. A pasta garantiu que colaborará com as investigações por meio de sua corregedoria, rebatendo qualquer conduta ilícita e promovendo revisão de processos e protocolos ligados ao tema.
A reportagem buscou contato com as assessorias da Ultrafarma, Fast Shop e com Artur Gomes da Silva Neto, mas não recebeu retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.

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