Centro-Oeste
Mãe de menina do Distrito Federal morta em São Paulo: “Destruiu minha vida”
Familiares de Kamila da Silva Lira, 16 anos, assassinada após ser atingida por nove tiros em um apartamento do Bom Retiro, no centro de São Paulo, aguardam o julgamento de Zhenhua Wu, 34 anos, acusado pelo crime. Kamila, que morava no Distrito Federal antes de se mudar para São Paulo, estava em um relacionamento com o réu há cerca de um ano na época do ocorrido, em setembro de 2024.
O acusado permanece preso e enfrentará júri popular no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, com data marcada para 19 de fevereiro de 2026, pelo crime de homicídio qualificado.
Roberta da Silva Santos, mãe da vítima, emocionada, pede a pena máxima para o agressor. “Justiça pela minha Kamila. Espero que ele cumpra exatamente a pena que for imposta. Ele precisa saber que destruiu minha família e minha vida, tirando o melhor pedaço de mim. Que minha filha descanse em paz”, declarou Roberta.
Antes de se mudar, Kamila residia na QNL, em Taguatinga Norte, DF, e deixou para trás a mãe e três irmãos. O luto é sentido por toda a família, incluindo a tia da vítima, Renata da Silva Santos, 39 anos, que também clama por justiça e uma pena justa para o assassino. “Não teremos nossa Kamila de volta, mas ele precisa pagar pelo que fez”, afirmou a tia.
No DF, Kamila trabalhava em eventos e em uma empresa de buffet para ajudar a família. Foi durante um desses eventos, em outubro de 2023, que conheceu o empresário chinês Zhenhua Wu, que lhe ofereceu uma vida melhor em São Paulo, apesar das reservas da mãe.
Em dezembro de 2023, Kamila viajou para São Paulo acompanhada de amigos e familiares, e em fevereiro do ano seguinte, mudou-se definitivamente para a capital paulista. Lá, trabalhava em cassinos de luxo e ganhava bem. A mãe relata que o relacionamento com o chinês era difícil, pois ele era agressivo e impaciente. Kamila até começou a estudar mandarim para conseguir se comunicar melhor com ele e planejava viajar para a China.
Roberta foi informada da morte da filha por um investigador de São Paulo. Kamila foi encontrada morta, nua, baleada no chão do apartamento onde vivia, com a arma do crime perto da cabeça e várias cápsulas espalhadas.
Zhenhua Wu alegou legítima defesa, dizendo que a jovem tentou pegá-lo com uma arma primeiro, mas a polícia não confirmou esta versão. O acusado também responde por porte ilegal de arma de fogo, uma pistola turca de uso restrito e sem registro.
A família acredita que a morte de Kamila pode estar relacionada ao conhecimento que a jovem tinha sobre negócios do chinês no Brasil. Seu corpo foi enterrado no Cemitério Campo da Esperança em Taguatinga, no dia 19 de setembro de 2024.
“Minha filha era carinhosa, sonhadora e buscava uma vida melhor. Infelizmente, não viu o perigo que a cercava. Ela não volta, e ele precisa pagar pelo que fez. Que nenhuma outra pessoa sofra o mesmo”, lamentou Roberta.

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