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Maior matador da PM de São Paulo com sete vítimas é afastado das ruas

Em um intervalo menor do que um ano, o 2º tenente Ian Lopes de Lima, de 26 anos, esteve envolvido em sete homicídios decorrentes de supostos tiroteios na zona sul da cidade de São Paulo. Os dois últimos incidentes ocorreram em março deste ano.
Foi divulgado que em 2024 — seu primeiro ano como oficial da Polícia Militar de São Paulo — Ian assumiu a posição de maior responsável por mortes dentro da corporação. Em consequência dessa exposição, ele foi afastado das operações nas ruas na primeira metade de junho e realocado para o setor administrativo do Comando de Policiamento de Área Metropolitano 10, que atua na zona sul da capital.
Antes de ser retirado do patrulhamento nas ruas, o tenente Ian esteve presente em uma ação policial, ao lado de outros dois PMs, na qual abordaram um veículo ocupado por quatro suspeitos. Isso ocorreu no início da noite do dia 24 de março, quando os policiais decidiram abordar um Hyundai HB20 trafegando em Santo Amaro.
Durante o episódio, os militares relataram que, ao realizarem a abordagem, os ocupantes do carro teriam disparado contra a viatura policial. Em resposta, Ian efetuou quatro disparos com um fuzil calibre 7.62, arma de uso militar, e outro policial realizou cinco disparos com uma pistola calibre .40. Três ocupantes do veículo foram baleados e levados para hospitais da região, sendo que dois deles não resistiram aos ferimentos e faleceram. Um dos mortos foi identificado como Caio Gundin da Silva, de 24 anos.
Com sete mortes associadas às ocorrências em que participou, o tenente continuou no policiamento ostensivo por quase mais três meses antes de ser afastado.
Em seu depoimento, os policiais afirmaram os motivos das ações e a forma como os disparos ocorreram, justificando as ações como parte do enfrentamento de ameaças armadas.
Ao longo do ano, o tenente Ian Lopes destacou-se entre os oficiais da Polícia Militar que mais participaram de confrontos letais. Em abril do ano passado, quatro meses após ter sido promovido a oficial, já comandava a equipe noturna do 37º Batalhão Metropolitano, localizado na área sul de São Paulo. Seu trabalho envolvia a responsabilidade pelo efetivo das companhias a partir das 22h.
O primeiro confronto letal em que esteve envolvido ocorreu em 12 de abril, durante uma ocorrência no Jardim Ângela, onde um homem portando uma barra de ferro, em um aparente surto psicótico, avançou contra os policiais. O indivíduo foi baleado em várias partes do corpo, em uma ação que, segundo os policiais, foi necessária devido à impossibilidade de utilização da arma de controle não letal, que tinha sido deixada na viatura.
Das sete vítimas de Ian Lopes, nenhuma estava armada com arma de fogo. Nessa série de acontecimentos, os policiais realizaram ao menos 47 disparos, sendo que o tenente foi responsável por sete deles, totalizando 11 disparos em 2024, entre fuzil e pistola.
A Polícia Militar, através de comunicado oficial, reafirmou seu compromisso com a conduta ética e responsabilização de desvios. Informou que, desde o início da atual administração, 463 policiais militares foram presos e 318 demitidos ou expulsos.
A corporação esclareceu que todas as mortes envolvendo policiais são minuciosamente investigadas com a participação da Corregedoria e do Ministério Público. Também destacou que são formadas comissões para apurar qualquer irregularidade.
A gestão atual tem enfatizado o investimento em capacitação constante dos agentes, treinamento prático e teórico e aquisição de equipamentos com menor potencial ofensivo, como armas de incapacitação neuromuscular, buscando reduzir os índices de letalidade policial.

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