Brasil
Maioria das residências no país é chefiada por mulheres, aponta relatório

Segundo Relatório Anual Socioeconômico da Mulher, produzido pelo Ministério das Mulheres e divulgado nesta terça-feira (25), mulheres também são maioria em asilos
A maior parte das residências no país é chefiada por mulheres. Em 2023, considerando os domicílios particulares permanentes, em 40,2 milhões as responsáveis da família eram do sexo feminino, enquanto 37,5 milhões eram do sexo masculino. Os dados são do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam 2025), produzido pelo Ministério das Mulheres e divulgado nesta terça-feira (25).
O Raseam 2025 traz um compilado descritivo e analítico de dados produzidos desde 2022 e que traçam um perfil demográfico e socioeconômico das brasileiras.
De acordo com o levantamento, a prevalência de domicílios com chefes mulheres passou a ocorrer, conforme a PNAD Contínua, a partir de 2022. A pesquisa também observou que nas Regiões Nordeste e Norte os domicílios são estendidos (19,8% e 25,8%, respectivamente), o que pode indicar que mais de uma família reside no mesmo domicílio.
No Sudeste e Sul, por outro lado, há um registro maior de unidades unipessoais, 17,4% e 17,3%, o que poderia ter relação com o perfil mais envelhecido da população e o fato de que mulheres vivem mais.
Mulheres que vivem em domicílios coletivos estão principalmente em asilos ou outra instituição de longa permanência para idosos. O relatório tem como base para esta análise o Censo de 2022, em que 837,2 mil pessoas vivem em domicílios coletivos, sendo 651,9 mil homens (77,9%) e 185,3 mil mulheres (22,1%).
Do total de mulheres em domicílios coletivos, 51,9% vivia em asilo ou em outra instituição de longa permanência para idosos, o que seria um reflexo da maior expectativa de vida das mulheres em comparação aos homens, cujo percentual nesta categoria foi bem menor (9,9%). Entre os homens, o principal local coletivo de moradia era em penitenciária, centro de detenção e similar (70,5%), onde 460 mil homens moravam em 2022.
Perfil etário
Ainda que o trabalho para menores de idade seja permitido somente na condição de menor aprendiz, a maior busca por trabalho ocorre na faixa etária de 14 a 17 anos, que representa 34% ante os 24,1% dos homens da mesma idade, no segundo trimestre de 2024. A alta taxa está relacionada à necessidade de auxílio na renda familiar.
Entre os jovens “nem-nem”, isto é, não estudam ou trabalham, mulheres são maioria. Na faixa de 15 a 29 anos, em 2023, que totalizavam 7,3 milhões, 55,6% tinham entre 18 e 24 anos e 69,5% eram mulheres e 48,5% eram mulheres pretas ou pardas.
Do total destes jovens, 31,9% gostariam de trabalhar, mas ou não havia trabalho na localidade, ou não conseguiam trabalho adequado ou tinham de cuidar dos afazeres domésticos, das(os) filhas(os) e de outros parentes, motivo este alegado praticamente só por mulheres.
Entre os jovens “nem nem”, 68,1% informaram que não gostariam de trabalhar e a principal razão era o trabalho reprodutivo (afazeres domésticos e cuidado de filhas(os) e parentes), seguida por problemas de saúde ou gravidez. Ou seja, no quesito trabalho reprodutivo, 95,7% é mulher, e problema de saúde ou gravidez, 52,5% mulher.
O relatório reúne 328 indicadores de diversas bases de dados e oferece um panorama sobre as situações socioeconômicas e desigualdades enfrentadas por mulheres no país. Ao todo, o documento abrange sete eixos temáticos: Estrutura Demográfica; Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho; Educação; Saúde Integral, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos; Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres; Mulheres em espaços de poder e decisão; e Mulheres no Esporte.
CNN

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