Centro-Oeste
Mairlon agradece liberdade após 15 anos preso

Um dia após conquistar sua liberdade, Francisco Mairlon Barros Aguiar agradeceu publicamente pelas redes sociais. Ele deixou o Complexo Penitenciário da Papuda na madrugada de quarta-feira (15/10), depois da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou sua condenação referente ao Crime da 113 Sul.
Francisco Mairlon manifestou sua gratidão à ONG Innocence Project, que revisitou seu caso, mencionando os advogados da organização. “Vocês não apenas defenderam um caso, salvaram uma vida”, declarou emocionado.
Ele também agradeceu à família, especialmente a seus irmãos Naiara e Victor Aguiar, que nunca duvidaram de sua inocência e lutaram incansavelmente por sua causa. Ambos se formaram em direito para atuar diretamente no processo do irmão.
“Agradeço a toda minha família, que compartilhou comigo cada momento dessa dor, principalmente aos meus pais que carregaram esse fardo junto comigo. Peço perdão por todo sofrimento que causaram”, disse Mairlon, referindo-se aos pais que moram no Ceará.
Ele revelou que seu próximo objetivo é viajar ao Ceará para encontrar seu filho, que ainda estava na barriga da mãe quando ele foi condenado. “Tinha muitos planos com meu filho e acabei envolvido nesse caso injustamente. Perdi o crescimento dele e estou muito ansioso para estar ao seu lado”, afirmou.
Francisco Mairlon foi condenado a 47 anos, 1 mês e 10 dias de prisão, acusado de envolvimento em um triplo homicídio. Mas a reavaliação do caso pela ONG Innocence Project, acompanhada de novos depoimentos, levou o STJ a anular a sentença e declarar sua inocência.
Na decisão da Sexta Turma do STJ, o ministro Sebastião Reis Júnior destacou que é inadmissível que uma condenação aconteça baseada apenas em informações extraoficiais e divergentes das provas apresentadas durante o julgamento, respeitando o contraditório.
Og Fernandes, também da Sexta Turma, comentou que os depoimentos iniciais não tinham o intuito de revelar a verdade, mas foram obtidos por pressão moral, geralmente aplicada a pessoas com pouca capacidade intelectual.

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