Economia
Mais cortes de juros nos EUA e início da queda da Selic animam Ibovespa
O Ibovespa abriu a semana antes do Natal em alta, acompanhando o movimento positivo dos índices globais na manhã desta segunda-feira (15), impulsionado pelas expectativas de novos cortes na taxa de juros, principalmente nos Estados Unidos a partir de 2026. No Brasil, há a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) comece em breve a reduzir a taxa Selic.
O principal índice da B3 está subindo na tentativa de alcançar os 162 mil pontos, tendo iniciado a sessão aos 160.766,37 pontos, sem variação inicial. A alta abrange quase todos os componentes da carteira teórica, que conta com 82 ações, incluindo papéis ligados a commodities.
Hoje, o minério de ferro teve queda de 0,92% em Dalian, na China, influenciado por dados econômicos mais fracos do que o previsto. Já o petróleo recuou até 0,20% no mercado externo nesta manhã.
Felipe Sant’Anna, analista especialista em ações da Axia Investing, comenta que a temporada de fim de ano tem sido marcada por forte demanda por compras, focada no pagamento de dividendos antecipados por algumas empresas para evitar a nova tributação prevista para 2026 decorrente da nova lei do Imposto de Renda.
Os investidores estão atentos aos muitos resultados que serão divulgados nos próximos dias, o que ajudará a ajustar as previsões para o rumo dos juros tanto no Brasil quanto no exterior, além de ficarem de olho nos acontecimentos políticos em Brasília. Em meio a manifestações contra a dosimetria em diversas cidades do país, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou reunião com líderes para as 16h.
No cenário nacional, o destaque é a ata do Copom, prevista para amanhã, seguida do Relatório de Política Monetária (RPM) na quinta-feira. No exterior, serão divulgados os dados oficiais de emprego dos Estados Unidos, o payroll, bem como o índice de inflação CPI americano. Também sairá a decisão sobre juros na Inglaterra, zona do euro e Japão, além de discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
O boletim Focus divulgado esta manhã trouxe poucas mudanças nas expectativas, com ligeira queda nas projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 e 2026, além de uma redução na estimativa da taxa Selic para 2026, que agora está em 12,13% ao ano.
Silvio Campos Neto, economista sênior da Tendências Consultoria, comenta que enquanto aguardam detalhes da ata do Copom e do RPM, os agentes de mercado avaliam o Focus, que ajustou para baixo a mediana do IPCA de 2026 para 4,10%. Ele alerta para a importância de acompanhar também o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro.
O IBC-Br de outubro apresentou retração de 0,25% ante setembro, contrariando a expectativa de alta de 0,10%. Esse resultado indica uma desaceleração da atividade econômica no quarto trimestre e reforça a perspectiva de que o Copom possa iniciar a redução da Selic já em janeiro. Nesta manhã, os juros futuros e o dólar à vista têm apresentado leves quedas, chegando a registrar mínima de R$ 5,3812.
Às 10h41, o Ibovespa subia 0,70%, alcançando 161.893,78 pontos, com 8 das 82 ações em baixa. Entre as maiores quedas estavam Suzano e CSN Mineração, com recuos de 1,20% e 0,87%, respectivamente. Na sexta-feira, o índice fechou em alta de 0,99%, aos 160.766,37 pontos, acumulando ganho semanal de 2,16%.
Após o corte de juros promovido pelo Fed na semana passada, a atenção se volta agora para as decisões dos bancos centrais do Japão, Inglaterra e Banco Central Europeu (BCE). Matthew Ryan, chefe de estratégia de mercado da Ebury, acredita que as reuniões desta semana evidenciarão a crescente divergência nas políticas monetárias entre as principais regiões econômicas.

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